Brincando com o fogo…
A notícia do dia saiu há cerca de duas horas Governo aumenta contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, passando a contribuição dos trabalhadores dos actuais 11% para 18%, fazendo bem as contas, trata-se de um aumento de 63,6% (18:11-1x100) . Isto é mesmo brincar com o fogo.
E não lhe faltaram conselhos de pessoas prestigiadas da sua área ideológica. Por exemplo o PR disse que «mais sacrifícios devem ser para os que ainda não os suportam, mas o governo decidiu causticar mais ops que já têm sido mais penalizados e sem resultados visíveis na melhoria do défice (a obsessão das finanças). Por outro lado Feitas do Amaral, ex-líder do CDS e ex-parceiro do PPD na AD defende subida dos impostos para os mais ricos.
Isto faz lembrar a frase de John Bradshaw (1933-….) Educador americano «
"Vergonha" é uma emoção que nos deixa saber que somos finitos.»
Mas os nossos políticos, vindos da carreira política, consideram-se infinitos, usando da mais refinada arrogância, impondo os seus caprichos «custe o que custar», chamando aos cidadãos piegas, histéricos, etc. e rodeando-se de assessores oriundos da mesma «carreira», autênticos «yesmen» que aconselham ao chefe aquilo que ele goste de ouvir e depois procuram tapar os erros com desculpas esfarrapadas do tipo crescimento positivo em oposição ao crescimento negativo.
E porque não se explica quais os factores decisivos que impediram a concretização das expectativas criadas em relação com as parcerias público-privadas, os observatórios, as fundações, as empresas públicas e as autárquicas? Não estaria aí uma solução socialmente mais justa e menos causticante para o desemprego o empobrecimento das pessoas e o défice orçamental?
Se houvesse um pouco de bom senso ou de vergonha, teria sido mais lógico e patriótico seguir as sugestões de Cavaco Silva e de Freitas do Amaral, em vez de brincar com o fogo.
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sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Brincando com o Fogo…
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7 comentários:
O povo ficou mais preocupado com a "fraca prestação da seleção"a hora da imformação foi escolhida a dedo, um excelente horário, melhor só se esta imformação explodi-se em alta madrugada, quando o zé povo dorme, ou então no horário das novelas...
O povo merece...
Caro Campista Selvagem,
A escolha da hora da comunicação mostra que a malta de «bons» assessores do Governo está atenta às realidades do marketing, que têm a esperteza dos malandros, daqueles que assaltam os bankcs na hora de fechar quando os trabalhadores estão menos atentos. E mostra que não querem perder o relato do futebol, mas não se importam de ferir mortalmente a vida dos portugueses que não pertencem à elites protegidas e que representam talvez mais de 90% dos votos. Se pensassem em eleições como acontece muitas vezes pensariam na quantidade de descontentes que estão a gerar. Isto é mesmo brincar com o fogo.
Vale a pena ver no Expresso online as opiniões de gente que pensa:
Reações às novas medidas de austeridade
Destaco as palavras de um grande Homem que o povo português muito admira e estima:
Já não tenho tempo para ver o país melhorar
"Sinto uma certa angústia porque entendo que já não tenho tempo para ver o país melhorar. E obviamente isso preocupa-me por tudo: pelo país, pelos meus filhos e pelos filhos dos outros."
Ramalho Eanes, antigo Presidente da República
Abraço e votos de bom fim-de-semana... se possível
João
Passos apenas anunciou as boas notícias, as más estão reservadas para o Gaspar, quando ele fizer o discurso de encerramento da avaliação da troika, lá para 2ª feira, suponho. Ainda faltam 2 mil milhões que é preciso ir buscar a qualquer lado, ou seja onde ele está, nos bolsos do mexilhão.
Caro Taxi Pluvioso,
Mas sem dúvida que onde é mais fácil o Governo ir buscar dinheiro é ao bolso do mexilhão, enquanto lá encontrar umas moeditas. Os que têm muito sabem defendê-lo e, em caso de dúvida, podem pagar a bons advogados. Por outro lado, os poderosos da economia, da finança e da política, entendem-se muito bem porque trocam favores em que todos lucram.
Veja bem as palavras de Feitas do Amaral quando defende Impostos acrescidos para privilegiados.
Mas há em tudo uma lógica bem clara: Se o PM pensasse nas eleições daria mais atenção aos 90% dos eleitores e não tomava a decisão que anunciou e ia contra os ricos. Mas fica provada que ele «se está lixando para as eleições» e olha mais para o futuro dele e dos seus cúmplices, comparsas e coniventes, pois para esses são apetecíveis os tachos a receber de bancos e de grandes empresas.
Abraço
João
Para compreender melhor o problema criado convém ler a notícia do Público de hoje Isabel Moreira sente “dever moral” de requerer fiscalização do Orçamento, de que se extraem algumas frases;
…«as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro constituem uma “fraude” ao acórdão do Tribunal Constitucional»…
… “é evidente que o país está “perante um caso de fraude ao acórdão do Tribunal Constitucional”…
“O primeiro-ministro encontrou um malabarismo para tentar contornar o acórdão do Tribunal Constitucional, quando está fundamentalmente a desobedecer-lhe. Estamos perante uma imoralidade política e uma tentativa de enganar os portugueses com acrobacias de linguagem”…
… «deixou um aviso sobre o papel que terá o Presidente da República no sentido de garantir que o Orçamento respeitará a Constituição da República»
… “penso que desta feita o Presidente da República, que jurou defender a Constituição, está redobradamente obrigado a requerer a fiscalização preventiva caso se depare com um Orçamento do Estado que desobedece a um acórdão do Tribunal Constitucional. O Presidente da República não pode cair numa omissão sobre esta matéria, porque isso seria incompreendido pelos portugueses”…
Mais um dado para se compreender melhor o fenómeno do agravamento da austeridade que poupa os privilegiados e agrava os mais explorados:
Juízes vêem as novas medidas como “afronta ao Tribunal Constitucional”
Que imagem podemos fazer da idoneidade e de outros valores éticos e profissionais dos nossos governantes que tomam medidas sujeitas a comentários como este?
Medidas são flagrante violação da Constituição, diz Sindicato magistrados do MP
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