sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

ERRO IMPERDOÁVEL OU CRIME ABOMINÁVEL!

Erro imperdoável ou crime abominável!
(Public em O DIABO nº 2248, pág 16, de 31-01-2020, por A João Soares)

Na sequência do texto da semana anterior em que referi o abate de um avião ucraniano, no dia 8, dois minutos após a descolagem, num terreno agrícola perto e a sudoeste da capital do Irão, morrendo toda a tripulação e passageiros no total de 176 pessoas, é oportuno começar a olhar para as notícias com alguma curiosidade.

Inicialmente, as autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos. Foi também salientado que o acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases utilizadas pelo exército norte-americano, em Ain Assad e Arbil, no Iraque, numa “operação de vingança” pela morte do general iraniano Qassem Soleimani. A Autoridade da Aviação Civil do Irão contraria esta versão e disse na sexta-feira, dia 10, ter a “certeza” de que o Boeing “não foi atingido por um míssil”.

No mesmo dia, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia anunciou que uma equipa de 45 especialistas ucranianos que estão no Irão para investigar a queda obtiveram, por parte das autoridades em Teerão, acesso às caixas negras do avião abatido, e estava convicto de que “todas as informações vão agora ser analisadas”, para investigar as causas do despenhamento do Boeing 737. O secretário de Estado americano Mike Pompeo afirmou: “Acreditamos que é provável que este avião tenha sido abatido por um míssil iraniano”.

O presidente do Irão afirmou, no dia 11, que o país “lamentava profundamente” ter abatido um avião civil ucraniano, sublinhando tratar-se de “uma grande tragédia e um erro imperdoável”. Hassan Rohani admitiu que “o inquérito interno das forças armadas concluiu que lamentavelmente mísseis lançados por engano provocaram a queda do avião ucraniano e a morte de 176 inocentes”.

Depois de as forças armadas terem igualmente reconhecido que o avião foi abatido por erro, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano apresentou “as desculpas” do país pela catástrofe do Boeing 737 da companhia Ukrainian Airlines. E acrescentou que um “erro humano em tempos de crise causada pelo aventureirismo norte-americano levou ao desastre”.

Depois, a televisão estatal noticiou que o governo iraniano admitiu no dia 11 que o avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira, dia 8, em Teerão, matando todas as 176 pessoas a bordo, foi abatido inadvertidamente por militares iranianos, atribuindo o derrube do aparelho a um erro. Até este dia, o Irão tinha negado que um míssil fosse responsável pelo acidente. E os serviços de segurança americanos afirmaram que o acidente foi causado por um míssil iraniano. O responsável por este erro deve ser apresentado à justiça militar e devem ser feitas reformas para tornar impossível a repetição de tais erros.

Mas… no dia 19, notícia iraniana revelou que o Irão recuou na intenção de enviar para análise as gravações da caixa negra do avião ucraniano para que sejam sujeitas a análises adicionais. O chefe da investigação, Hassan Rezaeifar, afirmou que os registos do voo estão na posse do Irão, que tenta recuperar dados e gravações da cabine de voo, e que não há, no imediato, quaisquer planos para os enviar para análise externa. A informação é avançada um dia depois de ter sido noticiado que o Irão iria enviar para a Ucrânia as gravações, com Rezaeifar a explicar que não era possível ler as caixas negras no Irão sem ajuda. Mas dia 20 Kiev insistiu querer a devolução das caixas.

Passados mais de dez dias, em avanços e recuos, será que houve um erro imperdoável ou um crime abominável, uma operação de vingança mal calculada e preparada na escolha do alvo? Sugiro rigorosas medidas internacionais adequadas, de aplicação minuciosamente controlada, para garantir a segurança dos voos comerciais, ou oficiais garantidamente inofensivos. E estabelecer um limite de altitude para projécteis ou mísseis. Modernize-se a resolução de conflitos para terminar com a indústria da morte de que os militares fazem uso perigoso, como se conclui desta tragédia. ■

Ler mais...

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

AVIÃO ABATIDO POR ERRO

Avião abatido por erro
(Public em DIABO nº 2247 de 24-01-2020, pág 16, por A João Soares)

As forças armadas iranianas reconheceram que o avião ucraniano com 737 pessoas a bordo foi abatido por erro, por mísseis, poucos minutos após a descolagem de aeroporto de Teerão. Pode ter acontecido uma decisão precipitada, com confusão de alvo em ambiente de tensão diabólica, de desejo de vingança ou de retaliação relacionado com o acto que matou o general iraniano Qassem Soleimani.

Também pode ter havido um improvável erro na manipulação do míssil que, por acaso, estivesse apontado a local cuja rota cruzava com a do avião que ia a passar. Ou pode ter acontecido que os mísseis estavam a ser utilizados “correctamente” contra alvos bem escolhidos, segundo as intenções estratégicas decididas e, por infelicidade dos passageiros, as rotas de tais armas e do avião se tivessem cruzado no ponto e momento fatal.

Estas várias hipóteses de possível explicação do acidente, que vitimou mais de sete centenas de pessoas inocentes, levam a meditar na necessidade de disciplinar e regulamentar as limitações do uso do espaço aéreo por forma que, à semelhança das condições de segurança criadas pelas auto-estradas para o trânsito rodoviário, se criem condições para a segurança da aviação comercial no espaço aéreo. O ideal seria impedir a utilização do espaço aéreo por meios não destinados ao transporte de pessoas e cargas materiais, tal como é proibido que pessoas e viaturas atravessem as auto-estradas com risco de poderem colidir com os veículos que se deseja poderem transitar com o máximo de segurança e o mínimo de perigo.

Isso teria variações que iriam da total ausência de intrusos à volta de aeroportos, como já está legislado para os drones, de maneira a evitar acidentes com aviões após descolagens e antes de aterragens, e também limitação de altitudes de aviões pequenos e objectos voadores ao longo de rotas convergentes para os aeroportos. Mas não podemos esquecer que os aviões, mesmo voando a grande altitude, não estão livres de ser atingidos por aviões militares, tripulados ou de controlo remoto, ou por mísseis.

E estas últimas considerações podem conduzir a soluções de difícil aplicação pois colocam em dúvida se deverá ser interdita a aeronáutica militar e a eliminação de mísseis, o que viria contrariar interesses de poderosos sem preocupações humanas e unir-se à proibição de armas nucleares, o que não seria aceite pelos membros de lugar cativo no Conselho de Segurança da ONU, com direito de veto e que se consideram senhores com autoridade para caprichos como o de possuírem armas de destruição maciça (que proíbem aos outros) e que tornam cada vez mais sofisticadas. Portanto eles, no seu cargo, não usam normas democráticas, nem sensibilidade para as vidas e a Natureza e se consideram donos do mundo com autoridade para imporem aos outros comportamentos de obediência e tolerância que recusam para os seus Estados, como lhes é permitido pelo direito de veto.

Esta reflexão quase que conduz à decisão de que o espaço aéreo deve ser reservado a actividades não militares e que não representem perigo para pessoas e haveres, portanto, contribuindo para uma Humanidade a viver em harmonia e paz. Seria um passo muito significativo para uma vida de paz com convivência pacífica dedicada à solidariedade, à ciência e ao progresso social e económico. Porém, desagrada aos militares pilotos e técnicos das artes de aeronáutica e traz dificuldades ao combate aéreo a incêndios florestais e ao apoio de saúde a situações de urgência em locais mal servidos por via rodoviária. Mas a maior oposição a esta ideia virá dos grandes interesses de quem procura enriquecer sem pensar nos males que podem resultar para a Humanidade, colocando à sua frente a ambição de poder, de vaidade e de notoriedade.

Mas este caso da perda de um avião e da morte de 737 pessoas inocentes de qualquer culpa relacionada com a tragédia deve dar azo a séria e profunda meditação. ■

Ler mais...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

PAZ E HARMONIA EM VEZ DE VIOLÊNCIA E GUERRA

Paz e harmonia em vez de violência e guerra
(Public em O DIABO nº 2246 de 17-01-2020, pág 16, Por AJS)

Sua Santidade o Papa Francisco, após a escalada da tensão entre EUA e Irão perante o assassinato do General iraniano Qassem Soleimani efectuado por um ‘drone’ no aeroporto da capital do Iraque, apelou ao “dom da paz”. Ele sabe que violência gera mais violência e pode ter sido reacção a um cerco demorado à embaixada americana no Iraque que levou Trump a decidir enviar mais 750 militares americanos. No entanto, a escalada de violência nada traz de bom porque o “dom da paz” conseguida por meios pacíficos é a mais desejada solução pelos resultados imediatos e os que surgem como consequência. Se um acto terrorista levado a cabo por um bando de marginais gera repulsa, o acto realizado por pessoas responsáveis e com meios mais sofisticados cria um asco que nos faz detestar grandes responsáveis por a grandes potências e deixar de ter consideração pelos mais altos políticos que perdem dignidade ao desprezarem vidas humanas.

Ê A paz constitui um bem impagável, ao contrário da guerra, que além de gastos, traz violências exageradas que afectam as duas partes envolvidas a ponto de, no fim, nenhum dos lutadores poder considerar-se vencedor por ter tido mais custos, perdas e despesas do que os eventuais benefícios adquiridos. A negociação em vez da guerra poupa sacrifícios de bens e vidas e resulta num ambiente de harmonia muito vantajoso, se forem dominadas as ambições e vaidades de mentes mal formadas. Já vai sendo frequente saírem de altos responsáveis por grandes potências ideias defensoras de soluções pacíficas para qualquer tipo de atritos e de mal-entendidos, antes de serem objecto de tentativas violentas.

Já aqui publiquei vários textos a abordar este problema que, embora não referissem o “dom da paz”, estão muito convergentes com as palavras do Papa; e já houve amigos que, em conversa sobre o tema, sugeriram que os altos dignitários dos Estados, antes de se candidatarem a eleições ou nomeações, deviam ser submetidos a exames psicotécnicos, como acontece em alguns sectores da vida pública, para garantirem que não sucumbem a tentações de vaidade, ambição, corrupção que se sobreponham à defesa das populações e dos autênticos interesses nacionais.

A procura da paz e da harmonia social entre as pessoas e entre os Estados deve ter a mais alta prioridade para bem de todas as pessoas, de toda a Humanidade, por se tratar do melhor tesouro da existência humana. O diálogo aberto, o compromisso, a solidariedade, são o resultado desse bom comportamento ético, moral e social.

A comunicação social erra ao criar a impressão de que todos os países estão em conflito e “guerra”, mas a ONU (Organização das Nações Unidas), que “foi fundada em 1945, com o compromisso de manter a paz e a segurança internacionais, fomentar as boas relações entre as nações, promover o progresso social, melhores condições de vida e direitos humanos”, deve fazer todo o esforço possível para garantir a paz global. No entanto, convém que o Conselho de Segurança pratique a democracia na sua constituição e deixe de ter o “privilégio” de cinco membros todo-poderosos que o transformam em ditadura, com a sua posição vitalícia, poder de possuir as armas nucleares que devem ser totalmente proibidas e de terem direito de veto em qualquer decisão da Instituição. A paz autêntica não se obtém com envio de forças militares para lutar contra outros interesses em países pequenos, como se tem verificado no Médio Oriente e em alguns Estados da Ásia e da África. Cabe à ONU a missão de procurar tornar a Humanidade mais moral e ética, respeitadora dos direitos dos outros e tolerante de religiões, tradições e outras características de etnias, desde que não ofendam terceiros.

Como seríamos todos mais felizes se os principais líderes mundiais usassem de mais harmonia e colaboração para o bom entendimento mundial como família humana! Bendito o Papa que apelou ao “dom da paz”.■

Ler mais...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

ANO NOVO, VIDA NOVA. NOVOS PLANOS E PROJECTOS

Ano novo, vida nova. Novos planos e projectos

(Public em O DIABO nº 2245 de 10-01-2020)

Vi no Facebook os votos de uma bisavó para um bisavô que queria conformar a aceitar as dificuldades da vida com as seguintes palavras «Ano Novo com muita saúde, o resto a gente corre atrás!».

Embora compreendesse a boa intenção da senhora, não gostei, porque a vida é luta e esta época deve ser de mudança, não devendo limitar-se a «correr atrás», a esperar por milagres. Mudar exige sensatez, observação e análise das realidades com vista à definição e realização de objectivos desejáveis para se conseguir melhoria das condições de vida. Nessa mudança devem ser respeitados os melhores princípios e os valores mais válidos aprendidos em tempos escolares e aprimorados pela experiência da vida, a fim de se esboçarem objectivos compensadores, do ponto de vista ético. Só chegaremos a locais para os quais saibamos caminhar cuidadosamente. Devemos evitar que a vida seja uma lotaria. Para podermos ter o prazer dos resultados de uma vida bem organizada e orientada da melhor forma.

Segundo um livro intitulado «entrevista com Deus», não devemos esperar milagres, porque estes seriam a negação da boa ordem em que o criador elaborou o Universo. Com efeito, cada um terá que agir da forma mais correcta porque os resultados dependem da maneira como se comportar para a obtenção do objectivo. Por isso, aquela oração sintética mas com significado: «Pai ajuda-me a merecer a tua ajuda».

Para uma mudança adequada tem que haver decisões ajustadas ao fim pretendido, seguindo com a melhor eficiência a metodologia já aqui exposta em diversas ocasiões, e que é aplicável aos indivíduos, às empresas e aos Estados. A estes, por maior razão, dados os elevados custos de erros ou imperfeições e das consequências para a população e para os interesses do património nacional.

Actualmente, existem situações degradantes e, em vez de serrem procuradas reformas para as remediar da forma mais construtiva, ouvem-se intenções de «continuidade» e palavras enganadoras destinadas a obter o conformismo e o impedimento de reacção das pessoas. Porém, surgem Estados em que o Poder é exercido correctamente, no sentido da recuperação dos mais altos valores de seriedade e de ética.

Por exemplo, no Vietname, onde a corrupção também se faz sentir, um tribunal sentenciou um ex-ministro a prisão perpétua num caso de corrupção que atingiu valores muito elevados e pelo qual foram também condenados a longas penas de prisão um outro ministro e uma dúzia de executivos, informou a televisão estatal. Foi acusado de receber subornos no valor de mais de dois milhões de euros para orquestrar a aquisição de um serviço de televisão digital em 2016 em nome de uma das principais operadoras de redes móveis no Vietname, quando era ministro da informação e comunicação. Ordenou a transação que envolvia a compra de 95% das ações de uma empresa por um preço inflacionado quase 10 vezes.

Também na Etiópia, a ex-presidente da companhia estatal de eletricidade da Etiópia integra a lista de 50 acusados de corrupção num processo ligado ao projecto da Grande Barragem do Renascimento da Etiópia, no Nilo Azul, relacionado com o desbravamento de uma floresta para facilitar este principal projeto hidroelétrico do país. Foi pressionada para abandonar a liderança da Ethiopian Electric Power (EEP) em Setembro de 2018, depois de enfrentar várias acusações de corrupção e má gestão de vários projectos energéticos planeados para Etiópia.

Estes são exemplos a seguir mas, entre nós, há promessas de moralizar a vida nacional, mas são mais as palavras e promessas do que os actos reais. Por exemplo, canta-se que o excedente orçamental "é positivo", mas esconde-se que o mesmo tem sido atingido "à custa de uma carga fiscal brutal". Por outro lado, prometem-se medidas preventivas para evitar inundações semelhantes às ocorridas recentemente, mas pouco depois um governante afirma que não se deve controlar o caudal dos rios. Em que devemos confiar? Que estudos, que planos, que projectos esperamos?

Ler mais...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A FORÇA DA NATUREZA E A FANTASIA

A força da Natureza e as fantasias
(Public em O DIABO nº 2244 de 03-01-2020, pág 16)

Procuro ser cauteloso no consumo dos órgãos de Comunicação Social, por não os considerar merecedores de muita atenção e raramente encontrar neles elementos que contribuam para aumento de saber e conhecimento do mundo que nos cerca. Mas no dia 22, ao passar perto de um grupo sentado em frente à TV falando em voz alta adequada a surdos, vi que o ecrã, mais em pequenas frases do que em imagens da realidade, mostrava que chuvas torrenciais tinham provocado inundações dramáticas e os rios, mesmo os de reduzido caudal habitual, tinham atingido níveis imprevisíveis. Isto, poucos dias depois do último festival de propaganda da jovem sueca Greta contra as alterações climáticas, despertou-me a curiosidade de saber o que ela diria desta sucessão de depressões, se as consideraria como uma vitória da sua acção; e em caso contrário, o que deverá ser feito para evitar estes factos. A força da Natureza mantém-se independente de teorias fantasiosas e temos que ser cuidadosos e criteriosos para criar condições de adaptação que evitem o sofrimento de danos avultados, localizando as construções afastadas dos rios e ribeiros, desimpedindo da melhor forma os leitos fluviais e preparando as vias rodo e ferroviárias por forma a que evitem deslizes, abatimentos e outros tipos de estragos que as impeçam de cumprir a missão para que são construídas.

Prevenir é considerado, desde as civilizações menos letradas, preferível a remediar. A prevenção sensata é concretizada depois de boa definição do perigo a evitar e de ponderada aplicação de experiências já vividas, de técnicas ajustadas e de materiais bem escolhidos, enquanto a acção de remediar é, normalmente, improvisada no momento e usando medidas ocasionais, débeis e, por isso, pouco eficazes que raramente conseguem evitar danos avultados. Perante esta reflexão, e perante as teorias da Greta, não devemos desprezar estas pelo seu valor na defesa do Ambiente e no respeito pela Natureza, mas sem o exagero de querer impor a esta os nossos interesses. Estes devem manter a sua humildade de ter que suportar os imprevisíveis desígnios naturais.

Os factos mostram que a proximidade de rios ou de simples linhas de água, sendo estas apenas evidentes quando chove um pouco mais do que o habitual, deve ser evitada para construções duradouras e estimadas. As vias de trânsito nas suas proximidades ou nas suas travessias devem ser devidamente robustecidas para evitar acidentes graves. Quanto a habitações, há que prevenir estragos de vidas e de património, o que exige aos mais arrojados arquitectos que reflictam nos limites a que podem chegar as suas fantasias, etc. E quanto a alterações climáticas, devemos estar preparados para lhes sobrevivermos, isso é, adaptarmos as nossas vidas por forma a resistir a um acidente real, da melhor forma possível, e prevenirmo-nos para suportar melhor a sua repetição. Segundo um Engenheiro muito esclarecido que ensinava geografia a idosos na UITI, aulas a que eu assistia sempre que me era possível, o globo terrestre é uma bola de líquido fervente, o magma, rodeada de uma fina camada sólida, que ele comparava à nata do leite fervente. A pouca espessura do solo, essa camada envolvente, cria situações de grande debilidade, manifestada pelos sismos, erupções vulcânicas, águas termais, outras manifestações de temperatura diferenciada e alterações da geografia, como a criação do oceano Atlântico e do continente sul americano e a separação que está em evolução na parte leste do mesmo continente africano, seguindo a bacia do rio Nilo.

Há quem diga que o degelo das calotes polares não se deve apenas ao calor vindo do Sol, mas também, em grande parte, à temperatura do magma transmitida através da água do mar. A vida da Natureza deve ser bem investigada para ser bem conhecida e previsível nas suas alterações. O mau tempo das depressões ocorridas na semana de 14 a 21 de Dezembro não fazia parte das fantasias da jovem sueca Greta. ■

Ler mais...