Governantes e seus apoiantes «asseguram» que a estabilidade fica assegurada com o actual acordo da coligação e que o entendimento reforça a estabilidade. Isto pode ter um significado trágico para os portugueses principalmente os mais desprotegidos.
Estabilidade faz pensar em pântano ou águas paradas, isto é, continuidade da política que, durante dois anos, nos tem entrado pelos bolsos, pela boca, e pela pele (saúde) com austeridade em ondas sucessivas cada vez mais arrasadoras. Traz à memória os termos «pântano» usado pelo PM António Guterres, o de «Tanga» escolhido pelo PM Durão Barroso que se esquivou na primeira oportunidade e por outras situações ulteriores de que a urbanidade não me permite referir em público a adjectivação mais usada comummente.
Por outro lado as despesas da manutenção da máquina opressora do Estado, criadora de parasitas, de burocracias exageradas propiciadoras de corrupção em todos os níveis e desbaratando o dinheiro dos impostos ao mesmo tempo que enriquece uma «elite» cúmplice e conivente com o Poder, aumentando a injustiça social. E nunca mais se ouviu falar na REFORMA ESTRUTURAL DO ESTADO, já mencionada há cerca de dois anos.
E, o que se apresenta com grande gravidade, as pequenas mudanças que surgem não são motivadas pelos interesses nacionais, colectivos, dos cidadãos, mas sim por meras questiúnculas que procuram benefícios bem orientados para oportunistas sem escrúpulos. Por isso, se a estabilidade pode não ser um maná colectivo, as pequenas mudanças também não o serão. E continuaremos a aguardar uma alteração profunda da Constituição Portuguesa e uma adequada e modernizadora Reforma do Estado.
Assim, o novo acordo da coligação não parece augurar grande «opulência» aos portugueses, antes os faz augurar muitos atritos na cooperação entre dois teimosos e sem palavra credível, pelo que deve haver muito cuidado com as seis incógnitas do acordo.
Imagem de arquivo
domingo, 7 de julho de 2013
ESTABILIDADE, CONTINUIDADE OU ESTAGNAÇÃO ???
Publicada por A. João Soares à(s) 15:02
Etiquetas: austeridade, continuidade, estabilidade, estagnação, pântano, reforma do Estado, tanga
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2 comentários:
Caríssimo João,
Eu próprio estou ansioso por ver as respostas que vão ser dadas... Se forem dadas as que deviam ser dadas só pecam por ser tardias, mas "sempre mais vale tarde que nunca"! Se tudo ficar na mesma então que haja coragem para se fazer como na Islândia! "Baralhar" tudo de novo e dar as cartas de novo... Com o Povo a mandar desligado destes partidos que nada trouxeram de positivo a Portugal... Regredimos mais de 100 anos, voltámos aos fins da Monarquia princípios da Republica!
Um abraço amigo e solidário.
Caro Luís,
Para criar um regime liberto do poder dos partidos, isto é das JOTAS, seria necessário um PR corajoso e patriota, que resistisse a todas as pressões dos parasitas do poder.
Portugal vem escorregando insistentemente na rampa da degradação. Cada Governo tem sido pior do que o anterior. Já não é apenas a oposição a dizê-lo, mas o próprio Governo como mostra a crise política que parece estar quase resolvida.
Gaspar denunciou «instabilidade interna do Governo, a sua gradual perda de poder e de confiança por parte do primeiro-ministro e a rota de colisão com Paulo Portas».
Confessou «que falhou as metas e que não dispõe de "credibilidade e confiança" para "assumir as responsabilidades" que lhe cabiam».
«O ministro demissionário colocou "o fardo da liderança" sobre os ombros de Passos Coelho, dizendo ter a "firme convicção" de que a sua saída "contribuirá para reforçar a coesão da equipa governativa".»
Estas palavras bem interpretadas dizem muito.
E depois aparece Portas:
«Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha consciência e mais não posso fazer.»
«O Primeiro-Ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no Ministério das Finanças.»
E disse «ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.»
Depois disto não podemos dormir confiantes com esperança num amanhã melhor.
O PM, impreparado e insensato, sem ser capaz de criar a instabilidade interna do Governo, sem poder nem confiança, como poderá assumir o fardo da liderança e reforçar a coesão da equipa directiva?
Como imaginar as guerrinhas entre ele e o Vice-PM? Mas, ao menos que haja quem mande e se faça obedecer na liderança da equipa governativa.
Será que as eleições esperarão pelo fim do mandato???
Abraço
João
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