Quem conversar com médicos, enfermeiros e farmacêuticos, fica com a sensação de que as pessoas mais necessitadas e, hoje, isso representa cerca de metade da população, desprezam os cuidados de saúde, porque as taxas moderadoras subiram e porque o dinheiro não chega para aviar receitas caras.
Vão adiando a ida ao médico a ver se o mal-estar passa. Mas uma doença só excepcionalmente se cura com o tempo, sem ser devidamente medicada e, do desleixo de a cuidar precocemente, resulta ter de recorrer aos cuidados médicos tarde demais em estado difícil.
Esta situação pode ser a tradução da notícia que diz que nas urgências hospitalares diminuem os casos mais ligeiros (verde) e aumentam os mais graves (amarelo e laranja)tendo muitos destes que ficar internados devido à gravidade do seu estado.
Em conclusão, vemos reforçada a opinião de que tomar decisões com consequências nas vidas dos milhões de cidadãos não é tarefa que se tome de ânimo leve ou por palpite leviano, nem tendo os olhos fixados apenas numa folha de números sobre dívida, despesa e défice, sem visualizar os efeitos na vida da Nação soberana. Quantos políticos em funções ou «jotinhas» a sonhar com o fausto do Poder, fazem uma ideia correcta da vida das populações dos bairros mais desfavorecidos das grandes cidades ou dos que vivem nas aldeias mais remotas do rectângulo lusitano?
Não há necessidade de refundar Portugal, mas sim de REFORMAR a máquina obsoleta, e exageradamente pesada, complexa e accionada por gentinha que, salvo eventuais excepções, não está devida e eticamente preparada para as funções.
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domingo, 10 de fevereiro de 2013
A austeridade e a saúde
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