Por pior que se diga dos regimes políticos, as revoluções que resultam do descontentamento e da indignação do povo trazem, quando desorganizadas e espontâneas, situações caóticas, dando lugar aos piores desacatos e actos de vandalismo, males muito desagradáveis, pelo menos nos tempos seguintes, embora por vezes curtos. As notícias que, insistentemente, chegam do Egipto devem ser meditadas com a maior atenção, antes que se torne tarde, neste período conturbado de desgaste devido à crise social, financeira, económica e política.
Mas, como há situações em que as mudanças são indispensáveis e inadiáveis, as convulsões só podem ser evitadas pelo Poder existente, sendo ele a conduzir democraticamente as reformas e alterações. Em vez daquilo que sucedeu na Líbia e está a acontecer na Síria, e colhendo os frutos da lição dali extraída, seria bom que os ocupantes das cadeiras do Poder colocassem de lado as suas arrogâncias, assumissem sentido Estado, contactassem com o seu povo para conhecerem os motivos de descontentamento, e iniciassem de forma progressiva e pacífica as alterações adequadas.
Já não estamos em época de aceitar a imposição de vontades iluminadas por entidades que se consideram de direito divino. É preciso descer ao terreno e governar com o povo e para o povo, em ambiente de diálogo e de negociação, com objectivos claros e patrióticos, embora vagos e flexíveis. Em vez da hostilidade prepotente, ao estilo Líbio e Sírio, será preferível congregar vontades conscientes e informadas de forma leal e sem subterfúgios, com abertura a sugestões, a iniciativas construtivas, a retoques de aperfeiçoamento, etc.
Foto de arquivo
domingo, 20 de novembro de 2011
Revolução e depois???
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Infelizmente mesmo nas chamadas democracias aparecem umas entidades que se julgam iluminadas e que impõem a sua vontade bem contra as vontades dos povos.
Cumps
Caro Guardião,
Este post é um alerta para esses que poderão vir a ser as primeiras da sua ganância, com o grave inconveniente de com eles serem abatidas muitas vítimas.
A dificuldade é que sem uma atitude inteligente e patriótica da parte deles, a necessária mudança não pode ser feita sem violência.
Na Síria já estão na fase da violência irreversível, mas o ditador continua a querer impor a lei da força para calar o povo. E o tipo não aprendeu a lição da Líbia.
E quando a violência descontrolada inicia, depois não é fácil dominá-la.
Abraço
João
Enviar um comentário