Aí está ela... anda no ar e vai descer à terra... já cheira...a Revolução???
Há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
.... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico), ou na crise do petróleo de 73.
Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos tais "10 factores":
1º- A Crise Financeira Mundial : desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...
2º- A Crise do Petróleo : Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias
massivas!), a inflação controlada, etc...
3º- A Contracção da Mobilidade : fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.
4º- A Imigração : a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!
5º- A Destruição da Classe Média : quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.
6º- A Europa Morreu : embora ainda estejam a projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!
7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos, porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de construção ocupada por encomendas de navios.... da China. O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia....helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade.. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).
8º- A Crise do Edifício Social : As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...
9º- O Ressurgir da Rússia/Índia : para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!
10º- A Revolução Tecnológica : nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!
Eis pois, a Revolução!
Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.
Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!
Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!
Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!...
NOTA: Este excelente texto de autor não identificado foi recebido por e-mail de José Alberto Mota Mesquita, a quem agradeço a gentileza do envio.
É muito esclarecedor e espera-se que surja um «terapeuta» que apresente proposta de uma boa forma de fazer a multiplicação dos factores, dando-lhes expoentes adequados, por forma a que o resultado NOVO seja o melhor possível para as pessoas. Queremos realmente mudar depressa e para melhor (para os 80% que hoje são explorador pelos restantes 20%)e devemos estar preparados para gerir a vida com flexibilidade segundo os condicionamentos emergentes.
Imagem do Google
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Revolução sócio-político-económica
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1 comentário:
Recebi por e-mail o seguinte comentário:
O artigo é manifestamente interessante, não conheço o autor, tem elementos factuais que posso subscrever, mas tem a sistemática tónica pessimista e catastrofista.
Penso que de facto está uma revolução em curso, e há que tê-lo em linha de conta.
Está mais que dito que um dos problemas europeus obstruindo algum caminho para a harmonização regional e mesmo federalização - de que adviria o seu peso no contexto global - é o facto de ser uma Europa de Nações que se constituíram em Estados com diversificadas culturas e longa história e diferenciação económica vincada. Nada que se assemelhe aos EUA, embora aqui haja diferenciações económicas assinaláveis.
Com razões até apontadas no texto (nº 4), como se vem verificando nos EUA, nomeadamente no sul, a miscigenação, com o tempo e as conveniência ou necessidades, o sentido nuclear de Nação vai diminuindo porque se vão alterando os “povos”.
Na minha vasta ignorância se situa o alegado contributo do Tesouro Britânico para combater a falta de liquidez: o que julgo saber é que eles próprios têm sérios problemas.
Não sei o nível de actualidade do
texto, que não está datado (v.5º). O que é certo é que um financiador directo ou indirecto, até dos EUA de quem detém as maiores reservas em USD, numa deliberada e preocupante geoestratégia, é a China que, como se espera, virá inevitavelmente a ter alterações nos seus estatutos laborais e sociais internos, não perpetuando seguramente a situação actual. Já o disse noutra oportunidade.
Ao correr do teclado, parecendo não ter nada a ver com a matéria em apreço e porque não vi nem ouvi qualquer referência ao assunto:
Os casos dos “Governos tecnocratas” grego e italiano não são casos de Governos de Iniciativa Presidencial? Onde é que eu já ouvi falar disto?
Superação de crises políticas e do sistema partidário? Pressão externa conduzida com maior ou menor subtileza com raízes nos interesses da economia e da finança?
(Um aparte adicional: na Grécia, o Sr Papandreu, com a ideia do referendo, não vendo solução interna que estivesse nas suas mãos, sabendo que de qualquer modo perderia as eleições que se realizassem, inteligentemente encostou à parede e assustou o Conselho de Administração da Europa e…foi o que se viu. Antes, pensando como havia de desembrulhar-se do problema terá dito, como o seu compatriota, EUREKA. E, como é tradição de família, fica à espera de Novas Oportunidades)
Em resumo: ESTÁ UMA REVOLUÇÃO EM CURSO.
Abç
CB
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