quinta-feira, 25 de junho de 2009

Fundação «fantasma»???

Um líder de bancada parlamentar de partido da oposição queria saber porque razão a Fundação para as Comunicações Móveis (FCM), uma instituição privada, funciona em instalações do Ministério das Obras Públicas?

Não é costume este blog entrar nos pormenores das tricas de baixa política que apenas procuram denegrir a imagem dos outros, na esperança de no retorno saírem beneficiados. A referência a esta fundação «saco azul» ou fundação «fantasma» não tardará a ser apelidada de mais uma «campanha negra» pelo cidadão José Sócrates e os seus «malhadores», à semelhança do que sucedeu, há relativamente pouco tempo, quando eram usados os tiques arrogantes do velho Adolfo.

Tais manobras difusas de insinuações podem transformar-se em obstáculo difícil de contornar ou transpor se não forem tornados públicos esclarecimentos cabais do tipo de relatórios de contas e relatórios de actividades que sejam insuspeitos aos olhares perspicazes de entendidos, por mais hostis que sejam ao PS.

Essa difícil tarefa de esclarecimento vai realmente tornar este Verão muito quente para os técnicos do partido que deverão dar tudo para mostrarem o que valem em relação aos vários casos tidos por suspeitos que não foram ainda totalmente explicados aos eleitores: Não pode ser descurado nenhum que tenha vindo a público, como as habilitações académicas, o caso Freeport, o Aterro da Cova da Beira, a urbanização do Vale da Rosa em Setúbal, a casa da Rua Braancamp, a Fundação agora referida, a publicidade ao Magalhães em actos solenes de serviço, a bronca da TLEBS na Educação, o recurso oficial à maternidade de Badajoz, os custos dos estudos e pareceres sobre a Ota e a lita dos autores e seu relacionamento com elementos do Governo, os processos contra jornalistas e bloguistas que não chegaram a julgamento, o impasse persistente no combate à corrupção, ao enriquecimento ilícito e ao sigilo bancário, a nomeação do novo Provedor de Justiça, a não suspensão do presidente do Eurojust, etc. Cada um destes casos e, certamente, de outros que possam surgir, merece uma atenção muito séria nesta fase que se prolongará por cerca de três meses. Estão em jogo grandes interesses partidários e a plateia é constituída por todos os eleitores.

Enfim, serão trabalhos hercúleos a que é preciso deitar mão, desde já, para que nas próximas eleições não haja quebras humilhantes. Sócrates, corredor de fundo, maratonista, conhecedor das mais luxuosas pistas internacionais, será capaz, mas precisa de assessoria competente e eficaz, o que não se compadece com pessoas nomeadas com base na confiança política, no compadrio, na conivência, no compromisso e no vício de dizer o que o chefe gosta de ouvir.

Portugal precisa de transparência e de esclarecimentos que erradiquem a mínima dúvida que possa ensombrar a imagem de qualquer candidato ao voto.

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