sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fantasia, ilusão e voto em branco

Viver nas nuvens, sustentado por ilusões e fantasias, não constitui uma solução durável e sofre de uma fragilidade que pode ser fatal. Como não assenta em nada de sólido, é incapaz de permitir objectivos estratégicos, de longo prazo e de dar lugar a planos realistas. Mas as fantasias acabam, as ilusões são substituídas pelas desilusões.

Na vida nacional, a propaganda que obscurece e procura embotar as inteligências, colocando o povo em coma induzido, acaba por perder eficiência, e o povo desperta, abre os olhos e vê a realidade que o cerca.

Os dois artigos «linkados referem que «a invencibilidade do engº Sócrates era um mito urbano sem justificação racional.» o qual foi desmascarado pelo «voto em branco, cuja magnitude significa tanto ou mais que os 20 por cento que PC e Bloco juntos».

Ficou demonstrada a força do voto em branco que deve ser devidamente analisado, porque poderá vir a ser aumentado significativamente quando grande parte da abstenção se transformar nele, quando muitos abstencionistas indolentes se derem ao incómodo de ir às urnas manifestar o seu descontentamento.

- A fantasia acabou
- A abstenção

6 comentários:

Luis disse...

Amigo João,
Indiscutivelmente os portugueses começam a acordar do coma induzido em que estavam! E ainda bem pois só assim poderemos inverter todas estas fantasias em andávamos! Mas cautela ainda é cedo para cantar vitória... há que continuar a acordar, sem nos deixarmos embalar de novo nas "estórias de encantar" de um qualquer outro "baladeiro", que é o que não falta para aí!
Um grande abraço muito amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Não se trata de cantar vitória, mas apenas de estimular as pessoas a acordarem da letargia em que têm sido lançados, de se consciencializarem do seu poder democrático e da sua responsabilidade ao usarem o voto, para o que devem aprender a libertar-se de submissões indevidas a forças que os pastoreiam para sentidos que são ilusórios. Devem pensar pela própria cabeça a fim de não serem vítimas de falsas promessas e projectos fantasiosos que acabam por ser altamente nocivos no futuro, para várias gerações.

Ao falar-se seriamente no voto em branco, não se está a favorecer ninguém, nenhum partido. Está apenas a mostrar a falta de confiança em qualquer dos candidatos, o que tem lógica e racionalidade, após a unanimidade, o conluio, com que foi aprovada a lei do dinheiro vivo que, felizmente o PR vetou. Nunca, em importantes diplomas sobre assuntos de grande relevância para o País, os deputados da AR estiveram unidos desta forma, o que mostra a prioridade de interesses que os orienta.

O povo deve ser alertado a fim de pensar pela própria cabeça e não se deixar conduzir ao sabor de pastores que pretendem levar os eleitores para sentidos que não são do interesse de Portugal. A soberania emana da população, da Nação e cada cidadão deve dar valor ao uso do voto e não desperdiçar essa arma, não o dar a pessoas que não mereçam claramente a sua confiança. Os que se conluiaram na aprovação da lei do financiamento dos partidos não merecem confiança e terão de se tornar merecedores dela de forma clara e séria. Não estou a ver como o poderão fazer, mas têm de se esforçar para isso.

Repara que após as eleições para o PE nenhum partido argumentou na sua capacidade para melhor defender os interesses de Portugal na EU, ou os da EU no Mundo. Apenas falaram na guerra interpartidária, na luta pelos tachos, como galos na conquista de poleiro. O eleitor consciente não deve deixar-se arrastar para este tipo de tricas. Nesses aspectos são todos iguais. Precisamos que nos mostrem de forma insofismável a capacidade e vontade que possam ter para governar os destinos dos portugueses. Queremos que se faça Política com P maiúsculo.

Um abraço
João

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Amigo João,

Eu fui votar!!! e passo a explicar porquê...
Naturalmente que votei e até digo mais, votei Bloco de Esquerda, aliás em quem tenho votado sempre. Está dito... e não me arrependo.
Agora, eu tenho absoluta consciência do que o que o João fala resultaria, O VOTO EM BRANCO seria sem dúvida a melhor solução...mas sinceramente acredita que os "encarneirados", mais os "do tacho", e toda a "corja que está a receber benesses do governo" não vão continuar a votar???

Eu aqui na minha freguesia sei de cor a cor política de toda a gente, mas curiosamente ou não, eu só lá não vi os cada vez mais pobres, os que nada têm para além da sua lavoura.
Os da "cambada" estavam lá todos, para quê???, para assegurarem os seus lugares.
Agora pergunto-lhe??? enquanto o povo não souber a diferença ente voto em branco e abstencionismo não vai dar tudo ao mesmo???
Não será poético pensar-se que se chega lá facilmente por esta via???

Elucide-me, aceito estar enganada.

Beijinhos
Fernanda Ferreira

A. João Soares disse...

Querida Amiga Ná,
Ninguém deve induzir no sentido de voto ou aceitar pressões de outros. Não vou «elucidar» ninguém. Quanto à sua pergunta, aparentemente o voto em branco tem o mesmo efeito que a abstenção, mas só aparentemente.

O voto em branco só tem como alternativas o voto nulo ou a abstenção.

Porém,

Quem vota nulo constitui o grupo dos analfabetos ou malcriados que não sabem preencher o boletim ou riscam ou escrevem ordinarices.

A abstenção engloba os cobardes, indiferentes, preguiçosos que se estão nas tintas para os destinos do País.

Pelo contrário, quem  vota em branco constitui o grupo dos que não concordam com a forma como os partidos estão  a não encarar o destino de Portugal, a pensarem só nos seus interesses e no dinheiro vivo, e decidem mostrar aos políticos que não confiam neles e não os consideram merecedores do seu voto.

De estes três grupos, sinto-me melhor no terceiro.

Nas últimas eleições houve mais votos brancos do que a soma dos votos no BE e na CDU.
Outra conta que interessa fazer é que o vencedor teve uma pequena percentagem das pessoas que votaram que foram apenas 30% doe cidadãos com capacidade de voto. Logo, não pode gabar-se de representar os portugueses.
Imagine que os 70% de abstencionistas decidiam ir votar branco. Seria uma grave prova de falta de confiança em todo e qualquer político.
Começo a duvidar se algum político entrou para a política com intenções honestas de servir Portugal e os portugueses; Maria José Morgado afirmou: “há políticos que entram pobres na política e ao fim de uns anos estão milionários”.
Leia devagar e com muita atenção o que está escrito nos textos que tenho transcrito aqui, nos últimos dias e pense no que poderá estar no espírito dos políticos.

É preciso pensar nos fenómenos de que nos chegam notícias. Leia Mário Crespo, António Barreto e outros.
Beijos
João

ANTONIO DELGADO disse...

Eu votei mas sobre a teoria do voto em branco há muitas ideias diferentes e igualmente respeitaveis...mas posso dizer com o panorama que se vê,o maior prazer que poderia ter eram o de
NINGUÉM VOTAR... desculpe a sinceridade!

Um abraço

A. João Soares disse...

Caro António Delgado,
Ninguém votar não passa de sonho. Há os beneficiados pela política que votam sempre com a esperança de serem bafejados pelo que é aludido por Maria José Morgado que afirmou: “há políticos que entram pobres na política e ao fim de uns anos estão milionários”.
E há o povo que vê a política como o futebol, são do mesmo clube desde pequeninos até à morte, haja o que houver.
Como disse num comentário anterior neste post, o significado do voto em branco é muito diferente da abstenção.

Um abraço
João