sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Já há vítimas do Magalhães!!!

Carta aberta a José Sócrates
Autor: Pedro Carvalho Magalhães

Senhor Primeiro Ministro:

Venho protestar veementemente através de Vª Exª pelo nome dado ao computador que os vossos serviços resolveram distribuir aos meninos deste país (os que sobrarem do seu negócio com o Hugo Chavez na troca do petróleo, bem entendido).

Eu, Pedro Carvalho de Magalhães, nunca mais poderei usar a minha assinatura sem ser indecentemente gozado pelos meus colegas de trabalho. Sempre assinei PC Magalhães e, desde que Vªs Exªs baptizaram o tal computador, tive que alterar todos os meus documentos.

Uma coisa tão simples como perguntar as horas e a resposta que recebo é:
- Atão Magalhães... vai ao Google...

Se vou à máquina de preservativos, há sempre uma boca dum colega:
- Para quê, Magalhães? Não te chega o anti-virus?

Se vou ao dentista, a recepção é sempre a mesma:
- Então o senhor Magalhães vem limpar o teclado...

A minha mulher, Paula Carvalho Magalhães, também sofre pressões indescritíveis no emprego: Ontem uma colega veio da casa de banho com um tampão na mão e gritou:
Paula.... esqueceste-te da tua pen!

Também o ginecologista não resistiu ao nome e, após a consulta, disse-lhe que tudo estava bem com as entradas USB!

Nem o meu filho, Pedro Carvalho Magalhães, escapa ao gozo que o nome veio provocar. A Rita, a mocinha com quem andava há mais de 6 meses, acabou tudo com este argumento:
- Magalhães.... vou à Staples procurar outro que a tua pega é muito pequena!

Quando, devido a tudo isto, apanhei uma tremenda depressão que me impediu de trabalhar, fui ao psiquiatra. Ele olhou para o meu nome e disse:
- Pois é, senhor PC Magalhães. Aconselho-o a passar pelo suporte técnico da Staples... podem ser problemas de memória RAM!

Neste momento a minha mulher quer desinstalar-se e procurar alguém que tenha um nome 'decente'.

Senhor Primeiro Ministro... porque diabo não puseram Sócrates a esse maldito computador? Queria que o senhor visse o que custa!

Atenciosamente, assina
Paulo Carvalho M. (e não me perguntem o que é o M)

NOTA: Recebi por e-mail de pessoa de confiança. Se por acaso não se trata apenas de humor, lamento imenso o que está a passar-se com esta família. Que grande tragédia!

3 comentários:

Compadre Alentejano disse...

Um excelente texto, e com muita piada.
Abraço
Compadre Alentejano

A. João Soares disse...

Pobre Pedro, o que ele está sofrendo!!!
Abraço
João

Anónimo disse...

Versos de Luis Costa, recebidos de um amigo.
Note-se como, com amargor, temperado de algum humor, se faz o retrato de uma aldrabice, se denunciam as disfunções e se dá conta das gritantes carências.
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Lá vem pelo avelar
O filho do Zé João
Vem do centro escolar
Cansado de palmilhar
A caminho da povoação

Não há médico na aldeia
E a antiga escola fechou
Não tem carne p’ra ceia
Nem petróleo p’ra candeia
Porque o dinheiro acabou

O seu pai foi para França
Trabalhar na construção
E a mãe desta criança
Trabalha na vizinhança
Lavando pratos e chão

Mas o puto vem contente
Com o Migalhães na mão
E passa por toda a gente
Em alegria aparente
De quem já sabe a lição

Um senhor muito invulgar
Que chegou com mais senhores
Veio p’ra visitar
O novo centro escolar
E dar os computadores

E lá vem o Joãozinho
No seu contínuo vaivém
Calcorreando o caminho
Desesperando sozinho
À espera da sua mãe

Neste país de papões
A troco de dois vinténs
Agravam-se as disfunções
O rico ganha milhões
E o pobre Migalhães.
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Vocês deram-se realmente conta da escandalosa demagogia que envolveu este assunto?
Artur Pinto