sexta-feira, 3 de setembro de 2021

COLABORAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, SUGESTÃO

(Pubic em DIABO nº 2331 de 03-09-2021, pág 16. Por António João Soares»

Não convém continuar na perigosa situação de degradação em que temos vivido. Há que pensar seriamente na melhor forma de saída. Para isso todos os portugueses devem, dentro das suas capacidades colaborar, participar e sugerir a solução preferível para resolver cada dificuldade que se apresenta. A alegada ignorância das pessoas deve ser ultrapassada pela divulgação dos problemas e as formas possíveis de serem resolvidos e para isso tem grande responsabilidade a Comunicação Social, pela pesquisa e usando a colaboração de técnicos e cientistas.

O primeiro passo deve ser a obtenção da colaboração voluntária e independente de pessoas competentes e experientes e fugir às opiniões de pessoas ambiciosas e egoístas ligadas ao poder por amizades ou outros interesses particulares que possam entrar em conflito com os bem conhecidos interesses nacionais, colectivos. 

Mudar por mudar, sem sensatez nem ponderação, sem um objectivo bem definido de melhoria e desenvolvimento nacional, pode não passar de tentativa de iludir, enganar, a população e, portanto, provocando gastos inúteis e inconvenientes.

A saída da situação de degradação, deu um passo em frente quando, há poucos meses, se terminou com a bagunça da gestão do uso das vacinas e se entregou toda a responsabilidade do assunto a uma pessoa competente, honesta, responsável, séria, com experiência de direcção, planeamento, decisão e controlo de resultados e, passado pouco tempo, mostrou o fruto da sua acção que foi reconhecido pelo próprio Senhor Presidente da República. Isto foi uma prova de que para funções importantes devem ser escolhidas pessoas competentes, experientes e com reconhecida capacidade de gestão e evitadas tentações de fazer favor a familiares, a amigalhaços ou a outros sem as indispensáveis qualidades para o respectivo desempenho.

O Senhor Vice-Almirante Henrique Eduardo de Gouveia e Melo deu uma boa lição aos governantes acerca dos cuidados a ter na escolha de pessoas para funções públicas. Se este caso for bem ponderado, Portugal terá oportunidade de começar a sair da crise e, dentro de poucos anos, terá recuperado a sua antiga imagem entre os outros Estados.

Com respeito pelas pessoas e escolha de bons dirigentes para os diversos sectores, o regime anterior, sem impostos elevados e com poucos impostos secundários, não tinha dívidas, deixou uma boa poupança e construiu, quartéis, hospitais, escolas primárias em quase todas as aldeias, tribunais, estradas, pontes, barragens, etc. Agora permite-se a multiplicação de milionários, corruptos e, desgraçadamente, muitos pobres e sem-abrigo.

Será bom que Portugal passe a ter a categoria que teve outrora e que os elogios de Camões e de outros factos históricos não nos cause demasiado desgosto pela situação actual. Para isso é preciso que os partidos exijam boa preparação dos seus membros a fim de não continuar a haver quem diga como Vítor Rainho. «Portugal tem tudo para ser um sucesso, mas nunca há de sair da cepa torta devido aos políticos que tem». O relançamento do País, na senda do desenvolvimento e do prestígio internacional, depende da colaboração, participação, sugestão de todos os portugueses, pelo que há que reformular a educação e o papel construtivo da Comunicação Social para dar-lhes liberdade e estímulo para isso.

Há quem argumente que faz falta o serviço militar obrigatório, mesmo que seja apenas de três meses, para que a população em geral passe a ter respeito pelos outros, solidariedade, honradez, honestidade, sentido de missão, conhecimentos de planeamento e de estratégia, etc. Há até quem coloque a hipótese de o SNS ser enquadrado por militares. E já se fala de o Hospital Militar de Doenças Infecto-contagiosas de Belém, regressar para a dependência das Forças Armadas, pelo menos enquanto houver a ameaça de pandemia. Os militares sempre se preocuparam em ser o espelho da Nação, pelo que têm direito ao prestígio que merecem, como bem demonstrou pela sua eficiência, o Senhor Almirante Gouveia de Melo.


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