Ódio patológico
(Public em O DIABO nº 2275 de 07-08-2020, pág 16. Por António João Soares)
Com a pandemia do Covid-19, o consequente confinamento e as diversas medidas de solidariedade, houve esperanças de que a humanidade iria pa ssar a viver com mais harmonia e boa convivência, a começar pela troca de informações e sugestões para minorar os resultados da contaminação e procura de vacinas e outros medicamentos para lhe pôr fim e evitar o ressurgimento do mal. Porém, parece estar a gerar-se, sistematicamente, um ódio patológico, incompatível com melhorias no presente e no futuro. Com a máscara de racismo, está a destruir-se a humanidade, desde monumentos, tradições, história, religião, etc. até ao desrespeito pelas autoridades de segurança a quem devemos uma vida harmoniosa e regrada.
Já tinham incendiado a catedral de Notre Dame de Paris, mais recentemente incendiaram a catedral de Nantes e as notícias de França indicam que as igrejas estão a ser desrespeitadas de forma incrível: tentativas de incêndio, depredação, furto de imagens e objectos de valor, defecação, etc. Verifica-se que, por todo o lado, qualquer diferença de gosto ou de opinião origina ódio e violência, como acontece entre adeptos de clubes desportivos diferentes, de partidos políticos, ou com agentes de autoridade. E isto já não fica apenas por pessoas de baixa condição, pois na Turquia o máximo “responsável” decidiu impedir os cristãos de utilizar a antiga e célebre catedral de Santa Sofia para realizar o culto e transformá-la numa Mesquita árabe.
E esse ódio tem mostrado aspectos de maior radicalização, contrária ao desejo das pessoas de melhores sentimentos existentes por todo o mundo. Muitos países têm vivido momentos de violência quase anunciando guerras destruidoras, como se tem visto entre Israel e Gaza, Israel e Síria, China e EUA, etc. O terrorismo não pára de sacrificar pessoas inocentes, como o Boko Haran na Nigéria, que tem usado centenas de crianças em ataques suicidas. O número de terroristas detidos em 10 países da União Europeia está a atingir níveis mais elevados desde o início do século. Apesar de a prisão ser apontada por muitos especialistas como incubadora de movimentos terroristas, ainda é considerada como uma solução com prioridade no combate ao terrorismo.
A ONU achou que o Zimbabwe devia apelar à autoridade para não reprimir as liberdades. Os EUA acusam a Rússia de fornecer armas aos rebeldes líbios através do apoio dado a um grupo de mercenários, em vez de procurarem colaborar na pacificação do país que, desde a morte de Muammar Gaddafi, ainda não normalizou. Na Ásia, as coisas não estão bem, com a China em atritos de fronteira com a vizinha Índia, onde desde 5 de Maio houve mais dois encontros, tendo no mais recente morrido 20 militares indianos. Trata-se de tensão que pode tomar aspectos imprevisíveis, porque a Rússia tem mostrado amizade à Índia e, recentemente, os EUA deram provas de bom entendimento com os indianos para as manobras aero-navais que estão a preparar no Oceano Índico.
Apesar de o ódio estar a ser fomentado persistentemente por movimentos esquerdistas de jovens fanáticos para mudanças a seu gosto (ou por pressões não identificadas), têm surgido pessoas responsáveis que seguem princípios de respeito a valores baseados na História, nas tradições e em princípios religiosos que aconselham a harmonia, o respeito pelos direitos das pessoas, tudo orientado por uma via racional segundo metodologia estratégica, destinada a mudar a humanidade para uma nova era em que o ser humano seja realmente racional e não fique atrás dos ditos irracionais que, no seu relacionamento de raças e manadas, agem em harmonia, solidariedade, disciplina, dando belos exemplos às pessoas. Oxalá essas pessoas responsáveis ganhem força e coragem para orientar a nova era no melhor sentido. ■
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
ÓDIO PATOLÓGICO
Publicada por A. João Soares à(s) 16:37
Etiquetas: ódio patológico
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário