sábado, 25 de abril de 2020

PARA QUÊ A ONU?

Para quê a ONU?
(Public em O DIABO nº 2260 de 24-04-2020, pág 16, por António João Soares)

A ONU pouco ou nada tem feito, praticamente, em favor da paz mundial, da segurança ou da qualidade de vida da humanidade. À custa dos Estados-membros, tem dado emprego a muita gente que gosta de “tacho” e de imagem, mas os cinco ditadores permanentes do Conselho de Segurança da ONU não chegam a acordo em assuntos de interesse global, usando do poder de veto que lhes é atribuído.

O caso da desnuclearização tem sido muito notado. Sendo indubitavelmente um assunto de interesse geral, nunca foi encarada frontalmente a sua aplicação de forma exemplar, pelo facto de qualquer desses cinco “donos do mundo” possuir armas de alta destruição e não mostrar interesse em se desfazer delas e, por outro lado, não a ONU, mas a América, tem procurado impor tal regra ao Irão e à Coreia do Norte, com sanções económicas. E fica-se a duvidar do papel real deste órgão, pretensamente poderoso, mas sujeito à vontade colectiva (raramente concretizada, devido aos interesses de cada um) dos cinco membros com direito a veto.

Perante as guerras que têm causado milhares de perdas de vidas no Médio Oriente, em alguns países como o Iraque, a Síria, o Afeganistão, etc. não se viu qualquer resultado da influência da ONU para restabelecer a paz e a segurança, para bem das pessoas.

Agora, perante a pandemia do Covid-19 que tem matado tanta gente, os membros do Conselho de Segurança nada têm feito porque, segundo eles, a perda das vidas de tantos milhares de pessoas não afecta a paz e a segurança. Porém a opinião de muitos pensadores mostra receio de que este fenómeno possa ser aproveitado para desencadear uma guerra entre os EUA e a China. E quem é o responsável pelas atitudes, ou falta delas, da ONU? António Guterres, que está limitado a “chefe de secretaria” e cercado de muitos burocratas que carecem de preparação e de regulamentação para agir em proporção da sua remuneração?

E quanto à China, ela pode não sair tão vencedora como parece, porque o fenómeno que originou a sua evolução muito eficaz em meados do século XVI pode agora acontecer a favor do Ocidente, que seja levado a meditar no fenómeno do Covid-19 e despertar da sua modorra de cinco séculos e definir novos rumos para a vida sócio-política e económica. Esta referência ao século XVI já aqui foi referida em artigo publicado em 1 de Novembro de 2019, citando o comentador político Kishore Mahbubaini. E nesse artigo era transcrita a frase de Napoleão Bonaparte “Deixem dormir a China, porque quando ela acordar, vai abalar o mundo”. Mas ela acordou e está já em competição com o Ocidente. Entretanto, o Ocidente adormeceu à sombra do sucesso antigo e, em vez de assumir e desenvolver a sua superioridade dos velhos tempos, procurou impor a superioridade militar, como acontece com os EUA que, ao menor pretexto, enviam tropas para pequenos países do terceiro mundo. Nisso, o Conselho de Segurança talvez devesse fomentar a estratégia dos 3M recordada no referido artigo – minimalista, multilateral e maquiavélica (com o significado de promover a virtude e evitar o mal).

Agora, com a crise gerada pela actual pandemia, o CS/ONU tem uma oportunidade de promover comportamentos de ética, sensatez e valorizando a virtude e evitando o mal, a fim de evitar que a China consiga abalar o mundo, com o seu sistema pacífico e insinuante que usa meios suaves de desenvolver a sua economia e sobrepondo os seus interesses económicos à generalidade dos países. É notória a preponderância do fornecimento de medicamentos e a produção de outros equipamentos de saúde além de muitos outros materiais de comunicação, de transporte, etc.

Embora estejamos em época com indícios de redução da globalização, parece imperioso que surjam estruturas de preparação de um futuro mais racional, solidário, respeitador das pessoas e da natureza, sem corrupção e sem apego doentio ao dinheiro. Governar deve ser pensar em melhorar a qualidade de vida da sociedade. A ONU devia ser uma escola de felicidade equilibrada entre todos os graus das sociedades. ■

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terça-feira, 21 de abril de 2020

GUERRA ECONÓMICA EM PERSPECTIVA

Guerra económica em perspectiva
(Public em O DIABO nº 2259 de 17-04-2020, pág 16, por António João Soares)

Já se fala em guerra económica entre Ocidente e Oriente há alguns anos, mas há sinais de que ela já existe de forma pacífica e dissimulada desde o início da globalização. Esta, segundo historiadores, foi iniciada com a passagem do cabo do sul de África que separa os oceanos Atlântico e Índico quando Vasco da Gama deu novos mundos ao mundo. Até essa data, as duas partes do Planeta viviam desligadas, desconhecendo-se. Por exemplo, a China vivia em estado muito primitivo e ficou extasiada com os sinais dados pelos navegadores portugueses acerca do mundo mais evoluído da Europa onde a cultura e a arte mostravam ser um exemplo daquilo que aos orientais parecia um paraíso. E, com o seu sentido prático e eficaz, logo procuraram desenvolver as suas capacidades para se aproximarem do avanço do Ocidente. E sem lutas, porque os chineses não gostam de violência, iniciaram a imitação do que o Ocidente tinha de melhor, evoluíram em muitos aspectos e, nessa evolução, nunca pararam tornando-se iguais ao Ocidente na ciência e na tecnologia, ultrapassando-o depois em quase tudo.

Isso foi-lhes facilitado porque o Ocidente abrandou o seu ritmo de desenvolvimento, canalizando as energias para guerras de colonialismo, de independência, de rivalidades entre vizinhos, etc. Nessas diferenças de realidades político-sociais, a China investindo pouco como potência militar ofensiva, embora não desprezando a sua defesa por questão de sobrevivência, deu preferência à ciência, à tecnologia e à competição económica e hoje, nestes aspectos, é uma potência que confronta sem complexo de inferioridade a maior potência do Ocidente.

A presente crise devida à pandemia do Covid-19 provocou a paragem completa de muitos países com a imposição de medidas rígidas de quarentena para travar a propagação do vírus e provocou um golpe fatal em várias empresas e sectores a nível mundial. Na China, a pandemia foi muito dura mas, embora enfrentada com serenidade e determinação, conduziu a que empresas de interesse ocidental como, por exemplo, fabricantes de peças de automóveis como a GM, a Fiat, a Chrysler e outras foram forçadas a encerrar operações, por falta de procura dos seus produtos. As dificuldades de empresas em que a China tinha alguma participação financeira podem, nesta fase de recuperação chinesa mas de quarentena no ocidente, vir a ser objecto de compra de acções baratas, aproveitando a queda das cotações devido a dificuldade em transaccionar os seus produtos. Mesmo na hipótese de a China, na fase de recuperação mundial, poder decidir vender parte dessas acções, obterá elevados lucros. O mesmo se passará em outras actividades, mesmo com oportuna e aparente generosidade a empresas estrangeiras que estejam com dificuldades, e o capital investido poderá elevar a cotação da China de segunda para primeira potência económica mundial.

A China, desde que iniciou o seu renascimento com a globalização, soube sempre decidir com fundamento estratégico e óptimo aproveitamento de toda e qualquer oportunidade vantajosa para os seus objectivos no futuro da economia global. Depois de ter vencido o ataque do Covid-19, e enquanto a crise esteja com força noutras potências, ela inicia uma “guerra económica” com sensibilidade e aparente generosidade, de que colherá certamente grandes benefícios, em relação às estruturas rivais na economia global. Não deixará de atrair empresas internacionais de diversos ramos e de incentivar a sua contribuição para a recuperação de empresas que foram muito afectadas no sector do turismo e noutros. Esta evolução estratégica da China, sem violências, é própria do país que, para se libertar da invasão dos povos do Norte, principalmente dos mongóis, construiu uma muralha de 21.196Km durante vários séculos, a qual não impediu ser invadida pela Mongólia em 1211 e que só foi expulsa em 1360. Por isso, chamar-se guerra económica à sua intensificação da economia externa pode ser exagero. Mas será uma terminologia do agrado de Trump e à qual ele irá certamente reagir duramente se, antes, não for neutralizado internamente. ■

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sábado, 11 de abril de 2020

A HUMANIDADE CAMINHA PARA O SUICÍDIO COLECTIVO

A Humanidade caminha persistentemente para o suicídio colectivo
(Public em O DIABO nº 2258, de 10-04-2020, pág 16)

Há milhares de anos, foram extintos os dinossauros; agora, segundo cientistas qualificados, parece que o ser humano está a preparar a sua exterminação. Não parecem fantasias de jovens extremistas que gostam de se mostrar, mas, sim, merecem ser ouvidos pelos responsáveis pelos Estados, a fim de serem evitados exageros de tecnologias que são demasiado perigosas para a saúde das pessoas.

Em 19 de Janeiro último, guardei um artigo em que o Dr. Martin Blank, do Departamento de Fisiologia Biofísica Celular da Universidade de Colúmbia, alertava para os perigos advindos do abuso dos telemóveis, questão muito notada na origem de cancros cerebrais e outras doenças graves, não apenas para os utilizadores, mas da multiplicidade de antenas em telhados de moradias e até de hospitais, onde se deve defender a saúde dos seus ocupantes. Perigos que estão a ser multiplicados pelo efeito do 5-G.

O abuso de equipamentos automáticos, accionado por radiações electromagnéticas, é notável. No regresso do refeitório onde almocei para o quarto, numa instituição que se queixa de falta de meios financeiros, passei por três portas que se abriam para eu passar, luzes que se acendiam e apagavam à medida que passava; nas casas de banho a luz acende-se automaticamente e, passado algum tempo, apaga-se mas, se uma pessoa se mexe, volta acender-se. Há muitos casos assim, o que torna o ar que respiramos totalmente pejado de radiações electromagnéticas, e isso é lesivo para a saúde, como explicou Martin Blanc.

E depois, passados mais de dois meses, recebi um vídeo em que o Dr. Thomas Cowan, médico, com muitas referências na Net, veio reavivar o meu interesse pelo tema da causalidade entre a electrificação da Terra e das radiações electromagnéticas em relação às grandes pandemias que temos sofrido. No vídeo, ele fazia uma prelecção a um grupo de pessoas em que focava, entre outras coisas, os seguintes casos:

Em 1918, houve uma pandemia de gripe espanhola, que considerou consequência de um salto quântico com a electrificação da Terra. Além da electrificação de cidades e algumas aldeias em 1917, houve a introdução de ondas de rádio em todo o mundo. Qualquer sistema biológico ficou envenenado por novos campos electromagnéticos, matando gente mais débil e tornando mais doentes os outros. Tais radiações empestaram o espaço dentro do Cinturão de Van Allen, que serve de protector do nosso Planeta e reage quando lhe chega tal poluição. Na sequência da II Guerra Mundial, o ar foi novamente agredido em força com a instalação de equipamentos de radar por todo o Planeta e verificou-se nova pandemia. Em 1968, ocorreu a gripe de Hong Kong, como reacção da camada protectora da Terra à colocação de diversos satélites emissores que emitiam frequências radioactivas no interior do seu espaço cósmico, e surgiu essa epidemia, fruto do envenenamento viral da fauna. Actualmente, com o 5G e a tara do electromagnetismo, há cerca de 20.000 satélites emissores de radiação, que activam milhões de equipamentos de que fazem parte telemóveis, sensores, alarmes, automatismos diversos, rádios, TVs, etc. Não foi por acaso que a pandemia do coronavírus foi difundida a partir da cidade de Wuhan, na China, que foi a primeira cidade do mundo a ser completa e densamente coberta por equipamentos de estilo 5 G.

Sempre que qualquer sistema biológico é exposto a um novo campo electromagnético, fica envenenado, morrem alguns, e os restantes entram numa espécie de vida suspensa, por pouco mais tempo e mais doentes. Depois destes alertas, será bom que os governantes e seus conselheiros procurem encontrar, sem demora, solução para reduzir significativamente a quantidade de instrumentos que funcionem com radiações electromagnéticas, a fim de travar a corrida para a extinção da espécie. ■

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sábado, 4 de abril de 2020

COREIA DO NORTE COM VAIDADE E ARROGÂNCIA

Coreia do Norte com vaidade e arrogância
(Public em O DIABO nº 2257 de 03-04-2020, pág 16)

A loucura da guerra e a vaidade de ter armas de grande poder destruidor são defeitos comuns a grandes potências que sonham com o domínio do Mundo, o que suscita comentários demolidores dos pensadores mais serenos. Mas, infelizmente, há países de reduzida dimensão que não resistem à tentação de mostrar a pior das vaidades e esquecem o bem-estar e a segurança do seu povo, para desbaratarem o pouco produto do trabalho dos cidadãos no fabrico de armas vistosas de que não obtêm resultados correspondentes ao custo.

O caso mais recentemente noticiado é o do lançamento pela Coreia do Norte de dois mísseis de curto alcance na manhã de dia 21 de Março que percorreram 410 quilómetros antes de caírem no mar do Japão. Segundo a Coreia do Sul e os seus militares do Serviço de Informações que estão em permanente observação das actividades do seu vizinho do Norte, este foi o terceiro lançamento neste mês de Março.

O governo norte-coreano, com vaidade e arrogância, justificou a produção de armas nucleares como uma resposta necessária contra a política externa agressiva dos Estados Unidos em oposição à Coreia do Norte. Mas não analisa correctamente tal posição que é absurda porque, numa guerra propriamente dita com os EUA, a Coreia do Norte ficaria reduzida a pó. Mesmo que os EUA não praticassem tal destruição, a Coreia, depois dos custos que já está a ter e dos danos que teria durante o conflito, mesmo que ligeiro e rápido, não obteria a mínima vantagem nesta arrogância. E, provavelmente, não encontraria qualquer potência que, para apoiar tal loucura, se levantasse contra a grande potência americana.

Na actual situação da pandemia do Covid-19, surgida na China e já espalhada por grande parte do globo em que as pessoas estão em quarentena, a fim de evitar as piores consequências, esta acção de preparação bélica constitui um “acto altamente inapropriado”, não só pela pandemia surgida no país seu vizinho e que, certamente, está a afligir o seu povo mas também por a sua população viver com dificuldades e ver o fruto do seu trabalho desperdiçado em fantasias de grandeza desnecessárias e completamente inúteis.

No início de 2019, houve uma cimeira com Trump em Hanói a fim de a Coreia do Norte parar com experiências nucleares, mas não houve cedências à América e esta recusou levantar as sanções económicas. Porém, Kim Jong-un, apesar das suas dificuldades económicas, quer ter o país preparado para combater qualquer guerra provocada pelos EUA e disse que “as suas Forças Armadas estão prontas para proteger o seu povo e o céu azul da sua pátria”. Trata-se de uma arrogância insensata, com a qual os responsáveis militares não concordam, mas a que não podem desobedecer por não desejarem ser assassinados.

Há quem manifeste esperança de a humanidade vir a ter grandes modificações, após ter sido habituada a novos comportamentos pela quarentena que lhe foi imposta para fazer frente à actual pandemia. Porém, tais esperanças terão de ser condicionadas pela péssima qualidade de grande parte dos “responsáveis” pelos Estados que colocam acima dos reais interesses dos seus povos, o vício da ambição pessoal, da vaidade, do orgulho, da arrogância e da ostentação de actos insensatos.

A actual pandemia do Covid-19 deve incitar à reflexão profunda ponderando que todas as pessoas, independentemente da riqueza e da posição social, estão sujeitas à doença e à morte, pois têm morrido médicos e foram afectados governantes que decidiram abandonar as funções e entrar no isolamento das quarentenas e até em cuidados intensivos. ■

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