Transcrição de um texto, acabado de receber por e-mail, que considero excelente, escrito pelo poeta e pensador Eugénio de Sá,
As Eleições Autárquicas e o significado da esmagadora vitória do independente Rui Moreira na cidade do Porto
Em muitos momentos do seu discurso da noite eleitoral, senti que o Dr. Moreira, usava as palavras que há muito afloram as minhas reflexões sobre o que se passa no nosso país. Ele foi ontem, realmente, o grande protagonista e demonstrou que o “não-sistema” pode funcionar, aquele a que cada vez mais portugueses parecem vir a aderir porque entendem que esse é o caminho para estragar a vida a quem nos vem estragando há tantos anos a nossa. O “sistema”, tal como foi montado e existe, cansou já o nosso povo pelo permanente ludíbrio em que o mantém, pelo logro em que insiste, sempre manipulado em sujos jogos de bastidores partidários. E os partidos que o representam têm de o entender de vez, e de repensar o seu papel numa sociedade farta de tanta parcialidade e incompetência, personificada na governação e nos interesses corporativos despudoradamente representados nas bancadas da Assembleia da República.
Ou alguém poderá pensar que uma maioria de advogados ali arranjará maneira de (conscientemente) prejudicar os seus maiores clientes? – O povo que se lixe, mesmo à custa das maiores iniquidades, incluindo a retirada de direitos adquiridos depois de vida inteiras de trabalho e de contribuições.
O caminho terá pois de ser o de dar força a um movimento de cidadãos sérios e responsáveis, que dê uma expressão cada vez maior à criação de um “não-sistema” que favoreça a constituição de uma imparável força de pressão que venha a permitir exigir que se ponha no poder gente séria e competente, disposta a servir definitivamente os interesses do povo, e não a servir-se dele, em serviço próprio ou de classe, e a sacrificar todo um país às gananciosas ânsias de uns quantos fulanos filiados nos partidos e fazendo disso o seu único modo de vida.
Falou-se muito, fala-se e continuará a falar-se em democracia para tentar justificar o “sistema” vigente”; que impõe que assistamos a esta ridícula (fiquemo-nos por aqui) dança de cadeiras do poder. Mas será que o que aconteceu esta noite no Porto ela, a democracia, não foi exercida em toda a sua brilhante plenitude? Quem o negará?
– Apesar de Lisboeta, reconheço que lá de cima sempre nos chegaram boas lições em matéria de exercícios cívicos. Que esta a todos sirva também, meus senhores.
Rui Moreira: “Se os partidos não entenderem o que se passou aqui hoje, então não perceberam nada”.
Ouçam aqui o breve discurso de vitória do Dr. Rui Moreira. Em breves palavras, o novo presidente independente da segunda cidade do país disse muito do que tem e urge que seja dito (e repetido) a este respeito. Clique abaixo:
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/09/29/rui-moreira-ganha-no-porto-menezes-pede-uniao-em-redor-do-vencedor
Eugénio de Sá
Imagem de arquivo
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
MAUS PARTIDOS GERAM BONS INDEPENDENTES
Publicada por A. João Soares à(s) 11:26
Etiquetas: Democracia, eleições, independentes, partidos
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2 comentários:
Com a justa derrota do PSD
a óbvia victória do PS
e o estimulante reforço da CDU
ganhou o país
Não estou assim tão convencido que o País,os portugueses, tenham ganho ou perdido alguma coisa além dos milhões retirados do dinheiro dos nossos impostos. Dos candidatos houve uns que tiveram êxito e outros que não, mas entre eles tudo foi ganho de propaganda e de imagem que garante um ou outro tacho, que para eles nunca falta. A principal lição parece ser o descrédito dos partidos, isto é, do mau regime em que vivemos, da «podridão dos hábitos políticos», de que a população começa a ter consciência e a tomar a devida reacção, de que os votos em independentes foram o primeiro passo.
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