Deparei esta manhã com a notícia Carnaval de 2013 também não terá tolerância de ponto, o que não estranhei nem me afecta grandemente, porque há dias, apesar de não ter havido tal tolerância, as pessoas divertiram-se colocando um hiato nas suas angústias provocadas pela austeridade. É preciso, pelo menos de vez em quando, respirar fundo, sem colete de forças, enquanto tal nos for permitido, mesmo que condicionadamente.
O que achei «interessante» foi a argumentação do entrevistado «“não passa pela cabeça de ninguém que um Governo, que é um Governo que tem coerência, que tem uma linha orientadora e um denominador comum andasse a saltitar de ano para ano. Naturalmente que a decisão deste ano se repetirá”.»
É que coerência e linha orientadora deve ser definida em relação à finalidade da acção governativa (que deve ser a criação de um futuro melhor para todos os portugueses), à estratégia para a atingir com economia de recursos, em que se inclui o tempo, e deve ser referida para defender a teimosia arrogante (com o propósito do ‘custe o que custar’) de repetir actos que podem ter sido inúteis ou até incorrectos. Nada na vida é imutável e viver não significa tornar-se fóssil ou cristalizar no sistema ortorrômbico. A coerência e a linha orientadora não podem nem devem excluir os ajustamentos da condução, como aqui foi recordado.
E o propósito de não querer saltitar de ano para ano não tem significado quando se tem visto que por vezes se saltita de dia para dia, ou até de pessoa para pessoa, anulando qualquer propósito de «denominador comum» que definisse o trabalho da equipa.
Mais uma vez se verifica que o excesso de palavras anula os efeitos dos poucos sinais de resultados positivos, e é destes que os portugueses precisam.
Imagem de arquivo
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Coerência não deve ser fossilização
Publicada por A. João Soares à(s) 09:36
Etiquetas: ajustamentos, coerência, estratégia, finalidade
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2 comentários:
Caríssimo Amigo João,
Relvas "por que não te calas"!
Este senhor parece uma "matraca" que fala, fala e nada diz... Não precisamos disso pois tal procedimento é contraproducente! Gostaríamos mais de obras e menos conversa... E acima de tudo obras que nos conduzissem, apesar dos enormes sacrifícios, a uma vida melhor! Há que arrepiar caminho e haja equidade no que nos venha a ser pedido. Até agora tem havido "filhos" e "enteados" sendo estes últimos os mais desprotegidos! Há que acabar com este estado de coisas se querem que o Povo acredite neles!
Um abraço amigo e solidário.
Caro Luís,
Errar é humano, mas persistir no erro é estupidez e falta de um mínimo de sensatez.
Repetir decisões mesmo que tenham dado bom resultado pode ser erro, porque as circunstâncias mudaram e e agora a boa solução pode ser outra diferente. Mesmo que o problema do Carnaval tivesse dado grandes lucros ao Estado, do que toda a gente discorda, para io ano os dados do problema podem ser diferentes. Portanto o argumento apresentado pelo ministro está errado. Só é justificado por teimosia, do estilo CUSTE O QUE CUSTAR!
Cada decisão, mesmo que os dados sejam parecidos com um problema anterior exige um método de raciocínio como o sugerido em Pensar antes de decidir, que está provado ser eficaz para qualquer decisão, de grande ou pequeno impacto.
É pena que a teimosia, a vaidae, a arrogância dos políticos, os impeça de darem um passo para reduzir o seu coeficiente de ignorância e aumentar a sua eficácia e competência.
Agora apareceu uma imitação de Sócrates que prometeu uma quantidade de novos empregos que não conseguiu cumprir. Agora o ministro da economia, promete 300 empregos por dia. COMO??? Quam dá empregos são as empresas e não o Estado e será bom que os novos empregos vão aumentar as exportações e a produção de substitutos para as importações a fim de reduzir o défice da balança comercial.
Se quer aumentar 300 assessores (ou motoristas como o do Relvas) por dia, como cada um ganha mais do que um general, lá se aumenta o défice e a dívida e caminhamos ou corremos para o buraco da bancarrota. Mas se criam mais vagas para funcionários dispensáveis a fazer coisas desnecessárias ou inúteis, o resultado será o mesmo.
Como se conseguirá meter juízo nestas cabeças ocas e irresponsáveis que nem sequer sabem ser piegas???
Será que da grande massa de desempregados, daquele povo que, em democracia, é o detentor da soberania, não sairá a acção que «há-de levar-nos à vitória», como diz o Hino Nacional? Onde estão os líderes que hão-de conduzir tal acção? Muito há a esperar da geração dos trinta anos que deverá deitar mãos à construção do país em que terá de viver? Desse grupo etário é que tem de sair a força criadora, porque é a ela que o futuro mais interessa, e é ela que já têm responsabilidades que deve assumir, preparando a acção antes de agir, para não fazer pior do que os parasitas das últimas quatro décadas.
Não podemos perder a esperança, mas é pena estar a demorar o aparecimento de sinais positivos para o crescimento nacional, na educação, na justiça, na administração pública.
Ao longo deste blogue abundam dicas e sugestões que poderão ser de grande utilidade se forem objecto de reflexão pelos detentores do poder.
Abraço
João
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