O artigo do JN com este título, que merece ser lido, refere o corte de salário de 1,5% aos trabalhadores normais e de 5% aos gestores públicos e aos políticos, sem no entanto se verem previsões de reestruturações da máquina do Estado tendentes à redução de despesas e à racionalização do sistema administrativo cujas falhas sucessivas originaram a crise que nos preocupa. E que voltarão a gerar nova crise se não forem sujeitas a terapia devidamente aplicada.
O actual sacrifício afecta apenas as classes média e baixa que são sempre as prejudicadas tal como o mexilhão ou a relva dos estádios de futebol. Efectivamente, para quem ganha pouco, um corte de 1,5% representa um pão a menos na mesa da família em que já se come menos do que o necessário para manter a vida, enquanto 5% a menos nos proventos de milhões mensais de políticos e de gestores públicos pode significar uma pequeníssima redução no investimento em acções ou outras aplicações financeiras, numa carteira já recheada de valores que apenas serve para alimentar a vaidade relacionada com o volume da fortuna, mas que não se reflecte na vida corrente de alimentação, saúde , renda de casa, vestuário, etc.
Enquanto o pobre conta o dinheiro tendo o cêntimo como unidade, o milionário nem precisa de o contar e refere-o com base no milhão de euros como unidade de medida. Para apreciar os efeitos sociais dos tais sacrifícios é preciso focar bem a óptica conforme o caso a referir.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Direito a não ser pobre
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2 comentários:
São sempre os mesmos a pagar o pato. Porque será que não ouvi nada sobre a acumulação de reformas da classe dirigente, bastas vezes com períodos contributivos verdadeiramente ridículos.
Abraço do Zé
Caro Zé Povinho,
Os que pagam estão no papel do «mexilhão» ou da relva dos estádios. Eles é que sofrem quando o mar bate na rocha ou quando os futebolistas brincam com a bola. O povo só conta para pagar impostos e para dar o voto.
Um abraço
João
Do Miradouro
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