É imperioso terminar o terrorismo e outras violências
(Public em O DIABO nº 2268 de 19-06-2020, pág 16 por A João Soares)
Fala-se de grandes alterações previsíveis para a vida humana no pós-pandemia com a vida social de todos os níveis a passar a ser diferente. Convém conjugar todos os esforços para que a mudança seja para melhor com a vida mais harmoniosa, mais solidária e com mais respeito pelos outros humanos; e uma coisa que há que terminar, sem demora, é o terrorismo gratuito, sem benefícios para os seus criminosos e sem consideração pelos seres inocentes cujas vidas ou terminam ou ficam a arrastar-se com sofrimentos atrozes.
Tenho visto muitas imagens de relacionamento pacífico e amigável entre animais ditos irracionais, de espécies e raças diferentes, que constituem lições de ética a seguir pelos humanos, principalmente pelos praticantes de actos agressivos contra pessoas inocentes sem disso tirarem benefício. A ONU e outras instituições internacionais, e a própria Justiça, devem ser dotadas de regras que lhes permitam exercer prevenção e repressão de actos que prejudiquem vidas inocentes.
Devemos aprender a compreender e a tolerar as outras pessoas, mesmo que pensem de forma muito diferente, e não devemos incitar à violência contra elas. Porém, a tolerância deve ser usada de parte a parte e ninguém que ofende os outros pode estar convencido de que está correcto e que não está livre de uma reacção violenta. Por isso, é fundamental que as pessoas aprendam a ser educadas e respeitadoras para evitarem atitudes racistas quer de uns quer dos seus contrários. Não há duas pessoas iguais e devemos respeitar as diferenças e aprender a conviver com todos que queiram conviver connosco. Isto é, devemos ser todos amigos, mas sabemos que a realidade tem tonalidades por vezes desagradáveis e não podemos perdoar a quem não procura merecer perdão. Mas não perdoar não significa agredir até à morte.
E assim, com falta de ética e de civismo, há pessoas mal formadas que alimentam ambições e interesses geradores de hostilidades inconfessadas e por vezes intoleráveis. Mas que alguém movido por interesses anti-sociais chegue ao ponto de cometer actos de terrorismo, isso deve ser motivo para aplicação de uma lei correspondente ao ditado “quem com ferros mata com ferros morre”. É certo que a pena de morte está fora de moda, mas parece que acabará por regressar às opções da Justiça. Para adiar tal regresso, deve ser iniciado um sistema de educação que contenha as pessoas dentro de normas de respeito pelos outros. Quem não tem respeito pela vida dos outros não pode exigir respeito pela sua.
Quanto a variações de terrorismo, há quem o agrupe em variados tipos, de que passo a citar alguns: “indiscriminado”, que atenta contra população civil, não especificada e provavelmente inocente; “selectivo”, assente na chantagem, em tortura, no terror psicológico, etc; “terrorismo de Estado”, acções policiais, etc; “comunal ou comunitário”, com manifestações violentas e atentados para debilitar a produtividade de população, ligados ao narcotráfico e outros interesses não confessados; “nacionalista”; “de organizações criminosas”, etc.
O esforço para eliminar a violência da vida da humanidade não pode deixar de começar pela preparação das pessoas para cada uma, no seu ambiente social, ser o mais civilizada possível, sabendo tolerar os outros, ser solidária, colaborar para uma vida melhor em todos os aspectos. E ao subir na escala social deve colaborar com as autoridades para impedir exaltações perigosas e denunciar pequenos ou grandes perigos que contrariem o objectivo de se criar uma sociedade harmoniosa e unida para os melhores objectivos de interesse colectivo. À Justiça deve ser fornecida legislação que permita uma autoridade e um prestígio que permita eliminar autores de actos atentatórios de vidas de pessoas, só por vil prazer ou por interesses não justificáveis. E essa acção judicial deve também visar quem se serve do terrorismo para fins anti-sociais financiando grupos de criminosos. Desta forma se colaborará na construção de uma Humanidade mais civilizada após terminada a pandemia que nos assustou. ■
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