domingo, 12 de outubro de 2014

A DEGRADAÇÃO DA NOSSA SOCIEDADE ESTAVA PREVISTA


Natália Correia, falecida em 16 de Março de 1993, há mais de 21 anos, deixou a ideia de ser uma profetisa. Nas frases que se transcrevem está um diagnóstico que veio a ser correcto. Depois de avisos como estes teria sido prudente prevenir com medidas adequadas, evitando o «caos». Mas só pode tirar-se uma conclusão, a de que tivemos políticos incapazes de compreender os avisos que ela nos deixou e de governar em conformidade para Bem de PORTUGAL:

  As premonições de Natália Correia

 "A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".

"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"

"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".

"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".

"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".

"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"

"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir".

 "Natália Correia"

Imagem de arquivo

2 comentários:

Unknown disse...

Natália Correia e muitos outros escritores tem vindo a alertar para a caótica situação do País e dos portugueses. Infelizmente as políticas não mudaram nem vão mudar.
Os nossos políticos penas tem olhos para os seus "taxos" e para os seus comparsas...O povo que se lixe...

A. João Soares disse...

Temos o costume de dizer mal dos portugueses e das suas débeis qualidades de observação do ambiente envolvente e dos sinais de andamento para um futuro mal definido.Mas, felizmente temos na história em geral e na recente homens de alto valor intelectual, ao serviço do país de forma sensível e generosa,mas fora da máquina parasita que nos suga a energia. Tais patriotas têm alertado para os perigos a que, cada vez maus estouvadamente estamos sujeitos, por incúria, impreparação e imoralidade dos políticos.
O nosso povo, em vez de ser cada vez mais evoluído, tem sido arrastado por uma Educação pessimamente orientada por incapazes para o apagamento e para o desenvolvimento descontrolado dos seus defeitos tradicionais, para a tolerância de corruptos, egocêntricos e loucamente ambiciosos.Os maus governantes que temos suportados resultaram da votação e escolha dos portugueses. Temos o que merecíamos. Neste momento em que eles se orientam já egoisticamente para eleições, devemos PENSAR bem o que vamos fazer nas urnas. Para bom entendedor,devemos atender ao conselho do PR que diz ser necessário mudar o regime.Para isso deve começar cada cidadão em só votar em pessoas que lhe mereçam toda a confiança na sequência daquilo que têm feito de positivo para a sociedade e para a humanidade melhor. As palavras não são prova de capacidade nem de acção. E a lista que tenha um indivíduo que não nos mereça total confiança não teve ter o nosso voto.O voto é a nossa arma para lutarmos por um PORTUGAL melhor. Não o desperdicemos.
Arranje-se outro método de escolher os deputados e os governantes, para estes representarem honestamente a vontade dos portugueses.