Em resultado de mais de sete décadas de formação cívica, escolar e profissional, de pensamento sobre o que me é dado conhecer ou deduzir, tudo amalgamado na experiência da vida, procuro ter o máximo respeito pelas instituições e pelos seus representantes. Por isso, não me passaram despercebidas as palavras lidas hoje nos jornais..
Sócrates, como líder partidário, disse «insulto degrada democracia e é arma dos fracos». Disse entre outras coisas que «os que insultam, insultam-se a si próprios», "sempre desconfiei dos fariseus", "seriedade é apresentar o programa político e as propostas e não os candidatos".
Por outro lado João Jardim que, pelas razões atrás expostas, também me deve merecer respeito disse, conforma a notícia «Jardim reduz programado PS aos casamentos homossexuais», «eu pergunto aos portugueses se estão dispostos a votar num homem que não tem ideologia e cujo único princípio é o poder custe o que custar", «o actual primeiro-ministro deixou o país num "estado que não existe desde 1974". Acusou Sócrates de ter destruído as pequenas e médias empresas, "tendo dado cabo de tudo" e de agora só ter a seu lado "o grande capital". "Como pode falar-se em reformas se a única coisa que fez foi faltar ao respeito dos portugueses?". Por isso perguntou aos magistrados, funcionários públicos, aos professores, agentes das forças de segurança e militares das forças armadas, se no dia do voto vão aceitar "um indivíduo que durante quatro anos e meio outra coisa não fez senão ofendê-los e achincalhá-los".
Sem dúvida, duas posições antagónicas, de pessoas que desempenham cargos respeitáveis, que bem merecem ser defendidas perante os portugueses num frente-a-frente televisivo, que devia ser anunciado com realce a fim de os portugueses poderem assistir e tirar as suas conclusões.
A propósito de insultos que se voltam contra os seus autores, não podem ser ignoradas as palavras que o PM na AR (órgão de soberania com competência para apreciar os actos do Governo) dirigiu a deputados e aos partidos da oposição, desde chamar-lhes mentirosos, sem currículo e aquelas dirigidas a uma deputada «o seu partido não passa de um embuste», tratando-se de um partido que obedece à Constituição e ao regulamento da AR.
Não deixa de ser interessante uma análise das notícias «Portas abre hostilidades pós-férias», acerca de um deputado e líder de um partido parlamentar e «Santos Silva responde à "rentrée" de Portas» acerca das palavras de um ministro. A uma análise serena da situação com propostas construtivas para a recuperação de Portugal, opõe-se o «insulto» irado de alguém que se preza de saber «malhar neles».
Seria bom que os detentores de poder levassem muito a sério as palavras de Sócrates e pensassem antes de falarem e de agirem porque, como bem diz Sócrates o «insulto degrada a democracia e é arma dos fracos». Perceberão esta lição do PM? Ele perceberá?
O Papo-Seco (Crónica) - 4417 carateres
Há 30 minutos
4 comentários:
Se o insulto degrada a democracia, então o sr. Sócrates já não tem democracia. conseguiu a degradá-la por completo.
O sr. S. está em completo desfasamento com a democracia portuguesa... Oxalá os eleitores tenham isso presente, na altura do voto.
Compadre Alentejano
Caro Compadre Alentejano,
Se a vida em Portugal seguisse o bom senso e a lógica, os eleitores votariam de acordo com a sua própria consciência depois de analisarem todos os factores relacionados com a gestão dos interesses nacionais e o futuro do País. Mas infelizmente há muitíssimos eleitores que votam «porque sim» porque sempre votaram num mesmo partido, independentemente dos programas, das pessoas, etc. Usam o partido tal como usam as cores do seu clube de futebol, para toda a vida.
E, desta forma, nada se pode dizer sobre o que pode acontecer. Há dois candidatos de um partido a eleições diferentes (autárquicas e legislativas) que declararam publicamente que votam em si próprios na eleição em que são candidatos e votam noutro partido na outra eleição!!!
Não é anedota. É a regra dos políticos que colocam o seu interesse pessoal acima do partido e do País.
Um abraço
João Soares
Senão comem-se o povo eu diria apenas: comam-se uns aos outros! Desta forma, é nosso dever desmascarar e combater a corja que se apoderou de todos os poderes.
Um abraço em campanha anti PS/D
Caro Rei dos Leitões,
Eles conhecem-se todos e devemos acreditar nas termos com que se dirigem uns aos outros, no campeonato pelo tacho.
Uma certeza podemos ter: quando se trata de problemas dos portugueses eles não estarão de acordo e fazem evidenciar os seus «trunfos» para pontuar para as eleições seguintes. Birras de putos. Mas quando se trata de aldrabices de que todos eles beneficiam entram de acordo, num entendimento perfeito, como aconteceu quando todos assinaram a lei do financiamento dos partidos em que aumentaram astronomicamente as verbas em dinheiro vivo, para aumentarem a corrupção, a troca de favores à custa de Portugal, a lavagem de dinheiro , etc. etc.
Por isso os eleitores conscientes não devem dar-lhes o voto. A melhor decisão será o voto BRANCO ou NULO. Cada um deverá escolher o que achar melhor, na sua decisão secreta. Os que convivem pacificamente com as aldrabices, que escolham o partido da sua conivência.
Medina Carreira há dias sugeriu um governo constituído com os melhores de toda sociedade, com a aprovação dos partidos, mas em que os componentes sejam pessoas honestas não viciadas na politiquice da arrogância da ambição por riqueza e da mentira interesseira.
Um abraço
João
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