(Public em DIABO nº 2356
de 25-02-2020, pág 16 por António João Soares)
Há alguns anos, um
«inteligente» foi apologista da estabilidade em vez do desenvolvimento e o
resultado tem sido a estagnação, a inacção e o empobrecimento de um país que
estava com sinais e boa esperança de crescimento. A Natureza é movimento, é
vida. Um menino que não evolui fica anão e, depois, nunca será um desportista,
um atleta. Um motor que deixa de funcionar, enferruja e é destruído pela
corrupção.
Mas funcionar e evoluir
não deve acontecer ao acaso, por palpite ou por sorteio, pelo contrário, deve
obedecer a regras sensatas, inteligentes, de planeamento, de pensar antes de
agir e a sensatez conduz a meditação para avaliar o resultado de qualquer acto
para evitar repetir o mesmo erro que ocorra por engano ou má decisão. Os
próprios «ditos irracionais» praticam tais regras e vão sobrevivendo dando bons
exemplos aos que se consideram racionais mas que muitas vezes desprezam a
racionalidade.
A carência da virtude e
da sensatez tem sido visível em muitos momentos da vida humana, a nível global,
o que põe em perigo a sua sobrevivência sobre o Planeta.
Tenho referido este
problema repetidamente, nestes escritos, mas a humanidade teima em não encarar
a necessidade de sensatez em todos os actos que podem afectar a vida. Teima-se
em referir a necessidade de lutar contra as alterações climáticas, mas
recusa-se a aceitar o esforço de conhecer bem as suas causas e de as enfrentar
e as anular, eliminando actos contra a natureza em dimensão que ela recusa,
como o que se tem passado com o acelerado crescimento que tem sido dado à
poluição atmosférica pelas radiações electromagnéticas. Se as novas tecnologias
apresentam vantagens para a vida, apresentam graves inconvenientes para o
funcionamento normal da Natureza astronómica em que estamos inseridos, e por
isso, são nocivos para a vida.
Mas há muitos outros
inconvenientes do mau comportamento humano que saltam aos olhos de um bom
observador preocupado com o perigo em que está a ser preparado o futuro do
Planeta. O cuidado e sensatez devem ser respeitados em todos os aspectos da
vida, a começar pelos aspectos sociopolíticos. Por vezes, tenho elogiado
atitudes de respeito pelos seres humanos por parte de alguns países poderosos
mas, pouco depois, vejo que foi pura ilusão minha, porque a ganância e a
ambição ilimitada de poder são uma droga poderosa que se sobrepõe ao bom senso
e, em vez de condicionarem de forma cívica, o vício do terrorismo e da
agressão, procuram encontrar desculpas de entrar em defesa das vítimas com
meios mais violentos e destrutivos. E a violência aumenta, causando baixas e
desgaste do património já insuficiente para o bem-estar das populações. Isso é
real em vários países africanos, no Afeganistão, no Cazaquistão e em muitos
outros.
Mas, infelizmente, o
problema não existe apenas a tal nível. Em questões mais vulgares há também
necessidade de competência, ponderação e sensatez na forma como desenvolver a
confrontação com a pandemia, com as crises nos sistemas de saúde, com a higiene
da forma como se trata a poluição da atmosfera, não apenas de gases tóxicos,
mas principalmente das radiações altamente nocivas mas que os responsáveis não
sabem ou não querem ver, com a educação quanto a civismo, ética, respeito pela
vida das pessoas, etc,