sábado, 31 de março de 2007

Nova Bitola de Avaliação

A Nova Bitola de avaliação

Os tempos estão a mudar e as regras de trabalho encontram-se em mutação. Somos hoje avaliados por uma nova bitola. Não apenas pela nossa inteligência ou pelas nossas habilitações mas também pela forma como nos gerimos a nós próprios e aos outros.

Esta bitola aplica-se cada vez mais na escolha de quem é admitido, e de quem não o é, de quem sai e de quem fica, de quem é preterido e de quem é promovido.

As novas regras determinam quem tem maior probabilidade de se tornar um profissional excelente e quem está mais sujeito a descarrilar. E independentemente da área em que estejamos a trabalhar no momento, medem as características que são cruciais para o valor da nossa candidatura a promoções ou a empregos futuros.

Estas regras pouco têm a ver com aquilo que na escola nos disseram que era importante; as habilitações académicas pouca importância têm neste padrão. Parte-se do principio que as pessoas já têm toda uma aprendizagem básica suficiente, então a avaliação das pessoas vai centrar-se nas qualidades pessoais, como a iniciativa a empatia, a adaptabilidade e a capacidade de persuasão, a competência, enfim um conjunto de características que vão ser necessárias para que uma pessoas possa saber qual a direcção que deve dar à sua carreira profissional, podendo tornar-se assim uma pessoa útil á sua família e porque não, á sociedade em que está inserido.

Infelizmente em Portugal tudo isto ainda nos passa um pouco ao lado. A inveja, o deixa andar e a incompetência, o compadrio andam ao nosso lado e são certamente um entrave ao nosso desenvolvimento.

Se é um pouco assim nas empresas de pequena e média dimensão as grandes organizações têm já outros mecanismos em que se promove um clima de competências forçando os menos capazes ou menos interessados, a pedalar com mais intensidade, para que possam sobreviver e contribuir para o todo da organização.

Infelizmente pouco ou nada disto se passa com a classe Política , raramente não são os mais capazes que seguram as rédeas do poder. Vejam os Autarcas que estão ao nosso lado!

O cidadão mais atento pode ver o que se passa com as classes partidárias, e é uma tristeza o que se vê, pessoas que já foram até ministros e outras coisas mais, terem comportamentos morais e cívicos que não seria pensável esperar de pessoas menos instruídas. É o que temos, mas este marasmo tem que mudar.

É nossa obrigação e dever, lutar para que sejam sempre os melhores a ocuparem os cargos que de uma maneira ou de outra, nos vão afectar positivamente, ou se forem menos válidos , será sempre de efeito negativo para todos nós.

Vamos á luta.
Posted by Marco António, em «Alcobaça: Gentes e Frentes»

NOTA: Um texto muito importante e oportuno, para orientação de jovens e menos jovens que se preocupam com o êxito profissional. Serve também de ponto de reflexão para compreender as razões dos fracassos da Governação que tantos apertos de cinto e dificuldades têm causado aos cidadãos normais, a chamada «classe civil».
Merece ser divulgado.

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sexta-feira, 30 de março de 2007

A imigração nem sempe é uma bênção

Quando se fala do cartaz que alerta para o problema da imigração, considero oportuno recordar a carta que, há quase dois anos, publiquei nos jornais sobe este tema:

A imigração nem sempre é uma bênção
(Publicada no Diário de Notícias em 29 de Junho de 2005, p. 11)

Existem países dotados de acentuado grau de desenvolvimento que devem aquilo que são aos imigrantes a quem abriram as portas. Incluem-se na lista os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Brasil e a Argentina, nos seus tempos áureos. Os imigrantes com capacidades profissionais úteis às estratégias de desenvolvimento do país de acolhimento, devidamente enquadrados em organizações económicas eficientes, constituíram factores insubstituíveis de crescimento. Ainda, há pouco tempo os EUA se declararam interessados em receber mais de duas centenas de engenheiros informáticos da Índia. A estratégia consistiu sempre em receber profissionais úteis e não pessoas indiscriminadas e sem especialização profissional.

Portugal foi, durante séculos, fornecedor de mão-de-obra, país de emigrantes que, graças às organizações e ao enquadramento no destino, granjearam fama de trabalhadores eficientes e exemplares. Partiram com vontade de trabalhar e obter riqueza, o que na grande maioria dos casos conseguiram.

Nos anos mais recentes, Portugal tornou-se país de acolhimento para imigrantes de várias origens que em grande parte vêem preencher necessidades de mão-de-obra principalmente nas obras públicas e na construção civil. Mas a nossa deficiente organização e enquadramento não permite que do seu trabalho tenha resultado um surto de desenvolvimento semelhante ao verificado nos países atrás referidos. E o aspecto mais negativo assenta na falta de estratégia para a imigração de que tem resultado a prostituição, com tráfego de mulheres utilizadas nas «casas de alterne» e, não menos grave, a quantidade de mendigos, incluindo mulheres e crianças que infestam as cidades. Nalguns casos, a mendicidade surge de tal forma organizada que mais parece uma actividade «industrial» para transferência de fundos. E, sendo Portugal um dos países mais pobres da Europa, não pode nem deve ignorar os seus muitos pobres (muitos sem coragem para mendigar – a pobreza envergonhada) e orientar a sua generosidade para pessoas desconhecidas cuja vida e necessidades são verdadeiras incógnitas.

E, para mais, sendo Portugal visitado por grande quantidade de turistas, não deve apresentar a estes os espectáculos pouco edificantes, com actores estrangeiros, que se vêm na baixa lisboeta e nos transportes públicos. O conceito internacional de Portugal sai bastante degradado devido às imagens que os turistas levam na retina e nas máquinas fotográficas e de vídeo, o que não é nada favorável a um país que deposita grande esperança no turismo como fonte de divisas.

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quinta-feira, 29 de março de 2007

Comentário que é um tratado

Este comentário é um autêntico tratado, uma análise muito completa da situação actual do nosso país, fruto dos governantes que tivemos de suportar nas décadas mais recentes.
Como este texto merece ser conhecido, vou colocá-lo aqui para prazer de todos os visitantes.

As obras dos nossos governantes
Por Ana Rita Bivar

Todos os dias no nosso “brilhante” sistema democrático somos confrontados com novas regras e exigências que fariam as mais rígidas ditaduras parecerem realmente democráticas.
A já estafada dança do conteúdo das palavras, com a sua mudança constante de significado permite tudo, permite que um sistema político aparentemente com o vocabulário e o discurso certo, seja tirânico e escravizador.
Os exemplos mais recentes e flagrantes são sem duvida, todas as medidas que em nome de um acerto de números, de uma justificação de um défice, altera e põe inclusivamente em risco, a vida das pessoas.
A política dos nossos sucessivos governos tem sido clara, tão clara que até admira que ninguém ainda não a tenha denunciado de forma organizada e incisiva.

Objectivo 1º:
Para que possam encher bem os bolsos, tudo terá que estar concentrado em Lisboa e Porto.
E o resto do país?
Será implacavelmente esvaziado, desertificado e encerrado.
Como?
Tirando as condições básicas de vida aos resistentes que ainda lá vivem.
Acabando com a agricultura, levando as populações a abandonar o trabalho da terra, este abandono forçado provocou o fim das técnicas artesanais, dos produtos de qualidade e de tudo o que sabe a genuíno.
Ainda assim houve quem ousasse resistir.
Como acabar com isto?
Simples! Impondo regras ainda mais apertadas e as respectivas multas.
A obrigatoriedade de embalar os produtos em plástico, de os produzir em equipamentos de aluminio, foi lucrativa para alguém, mas não para o consumidor, que na febre das esterilizações, se viu privado para sempre do sabor genuíno das coisas.
Em nome da saúde pública obrigam-nos a comer veneno, calibrado, catalogado, normalizado, com origem no Equador, na Califórnia, no Canadá, raramente ou nunca da nossa terra.
Veneno legalizado em troca de produtos naturais de qualidade. Fruta que sabe a remédio e a verniz, tomates que não apodrecem, alface de folhas grossas e gigantes que mais parecem umas couves, sem vestígios de terra ou de qualquer coisa de natureza orgânica.
Carne imaculadamente embalada, proveniente de explorações e aviários que criam os animais em sofrimento e agonia, em cativeiro, sobrealimentando-os com rações carregadas de antibióticos e formulas químicas que apressam o seu desenvolvimento, para que o negócio se torne mais lucrativo. Peixe criado em viveiros, de tamanho e peso igual, como clones uns dos outros, lá estão na secção de peixaria dos supermercados, sem cheiro e sem sabor.

Objectivo 2º
Fechar os Centros de Saúde e os blocos dos hospitais, com prioridade no encerramento dos blocos de parto, também faz parte da estratégia; a saúde é cada vez mais um luxo ao alcance de poucos.
Adoecer ou ter um filho tem um risco acrescido em Portugal.
No interior, é proibido nascer, crescer, viver, só a velhice é tida em conta da forma mais gelada que podiam ter encontrado. Provavelmente para não morrerem por aí nos montes e nas quintas, decidiram juntar o que resta das pessoas mais velhas numa só casa a que chamam Centro de Bem estar Social, em que a ultima sensação que se tem é que ali se vive algum tipo de bem estar. Homens e mulheres que toda a vida trabalharam ao ar livre, que viveram da terra e em harmonia com os caprichos da natureza, que desvendaram os seus segredos e aprenderam a viver em liberdade com eles, estão hoje encarcerados com um mundo de historias para contar, com tanto ainda para dar… mas alguém decidiu que estavam no fim que já não importam mais, que agora a única coisa que resta fazer é trazê-los bem lavados, alimentados e quietos. Vão morrer, já morreram, aguardam apenas que essa máquina velha que hoje vive guardada num depósito entre quatro paredes se apague de uma vez por todas.

Objectivo 3º
As escolas fecham, obrigando as crianças ( as que não são em número suficiente e que por isso não importam), a acordarem de noite para se deslocarem a escolas a mais de 20Km de distância, para voltarem a casa novamente de noite, com uma pilha de trabalhos de casa, insucesso escolar? Porque será?
As escolas fecham, mas agora aprende-se inglês na primária, apesar dos pais não terem dinheiro para comprarem os livros; os Centros de Saúde encerram; os hospitais fecham os blocos, mas o rastreio do cancro da mama já chegou a Freixo de Espada á Cinta; o TGV vai ser uma realidade, apesar de só um cidadão espanhol ter dinheiro para comprar o bilhete; a barragem do Alqueva está com a água inquinada, imprópria para consumo do gado ou para rega; por outro lado, há pouco mais de um mês uma mulher deu á luz no Hospital de Elvas, assistida por um dentista e outra mulher com um principio de aborto perdeu o filho por ter feito de ambulância 60Km até chegar ao hospital de Portalegre…

As fábricas fecham todos os dias, só porque os investidores estrangeiros, descobriram mão-de-obra mais barata na Roménia, por outro lado os espanhóis instalam-se de norte a sul do país com incentivos, facilidades e subsídios do Governo Espanhol, próprios para os “novos colonizadores”.
Às crianças são fornecidas doses cavalares de flúor na esperança de que cresçam com o sorriso acolhedor para quem nos visita.
Somos Europeus antes de sermos seja o que for e mesmo sem saber o significado dessa condição tão vaga, sabemos que talvez por isso a nossa raça já tenha crescido uns centímetros. O homem português, baixo, entroncado e de bigode, graças á Europa já não é um matarroano, é um homo sexual e a mulher sadia, roliça e boa parideira é hoje uma anoréctica estéril e deprimida.
Arriscamo-nos a morrer á fome em frente a um computador, dentro de uma casa penhorada, com um carro á porta que não é nosso é do banco, com pessoas que são da nossa família, mas que no fundo não conhecemos por falta de tempo, com um sonho que não cumprimos e com a amargura de nunca ter feito uma ESCOLHA.

Por Ana Rita Bivar

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Maior central solar do mundo

Serpa recebe maior central solar do Mundo

A maior central fotovoltaica do Mundo é inaugurada hoje, na freguesia de Brinches, em Serpa, no Alentejo. O investimento de 61 milhões de euros vai permitir produzir energia "limpa" para a rede eléctrica nacional nos próximos 15 anos, e conta, na cerimónia de inauguração, com a presença do ministro da Economia, Manuel Pinho.

Mas em vésperas de receber a maior central de produção de energia através do Sol, a freguesia de Brinches, com cerca de mil habitantes, continua com dúvidas quanto ao projecto. Uma reportagem da agência Lusa junto dos populares conclui que a maioria está "às escuras" quanto à finalidade do "manto" de 52 mil painéis solares que cobre 32 dos 60 hectares que a infra-estrutura ocupa. Alguns lamentam que o maior investimento dos últimos tempos na freguesia não traga muitos empregos - a central emprega apenas cinco pessoas. Já o presidente da Câmara de Serpa acredita que a central é um "isco para novos investimentos".

O projecto, levado a cabo pela empresa portuguesa Catavento, é detido pela General Electrics e vai ser mantido pela Powerlight. A central tem uma capacidade instalada de 11 megawatts, quase o dobro da maior central situada na Alemanha.

NOTA: Mesmo sendo uma empresa de capital estrangeiro e explorado por outra empresa estrangeira e que empregue poucas pessoas, será um ícone que eleva o nome de Portugal. Isto não se compara à árvore de Natal mais alta da Europa, que nada trouxe de positivo ao País, nem a outros luxos de alto preço que não passam de ostentação. Portugal precisa de iniciativas próprias, de patentes que reflictam a utilização prática das últimas descobertas da ciência. Se os governo apoiarem as inovações, as realizações produtivas, competitivas e susceptíveis de exportação, haverá incentivo para os jovens estudarem e se dedicarem à vida empresarial, desde tenra idade, contribuindo para o desenvolvimento da modernidade em benefício da qualidade de vida das populações.

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quarta-feira, 28 de março de 2007

ELOGIO AO GOVERNO

Do alto destas fragas (Do Mirante), enquanto as minhas cabras procuram as melhores ervas para se alimentarem, após cheirarem todas e fazerem a comparação que baseie uma boa escolha, olho a planície, lá em baixo, um pouco toldada pela neblina matinal, e vou ouvindo as notícias que a minha estação de rádio preferida me traz quase em permanência. Isto da rádio e o que ela nos ensina é um milagre da evolução da história da tecnologia. O meu avô não tinha rádio, o meu pai tinha um matacão a pilhas, pesado como um tijolo de 20 furos e as pilhas duravam pouco e custavam muito. Eu já comecei pelos transístores de grande tamanho e agora tenho um do tamanho de uma caixa de fósforos, com microprocesador, e nem gasto dinheiro em pilhas, pois uso uma pequena placa solar que, quando me desloco, dependuro nas costas da samarra para continuar a captar a energia solar. Realmente, o mundo tem evoluído muito e a história não volta atrás, não tenham medo os que os que se assustaram com a escolha popular do «melhor português» pois ele não ressuscita, embora muitos dos seus apologistas o desejassem. Mas, cuidado! Dentro em pouco pode aparecer outro que, em vez de nos obrigar a ter bilhete de identidade, nos obrigará a ter cartão único, chip implantado abaixo da clavícula direita, etc.

Peço desculpa de me ter desviado do rumo desta «conversa em família»; é que as ideias são como as cerejas e, por melhores que sejam, estão sempre sujeitas a tráfico de influências a pressões, a lobies de outras que, não sendo melhores, quanto a lógica, senso, eficácia e perspectivas de resultados, estão apoiadas por poderosas forças ocultas que as tornam vencedoras. Essa moléstia está muito vulgarizada, mesmo nas ideias.

Queria elogiar o Governo, não pela evolução do rádio de transístores ou de microprocessador, mas pela notícia que ouvi acerca do controlo mais apertado dos gestores públicos que se espera venha acabar com os escândalos de que, a cada passo, temos conhecimento pela Comunicação Social e pelos e-mails e blogues. É bom que não tenha faltado coragem aos governantes para tomarem esta iniciativa, mas é desejável e imprescindível que tenham persistência e perseverança para detectar o incumprimento e as «habilidades» que surgirão da parte de muitos para furar o sistema e continuar a mamar por várias rubricas, diversos títulos e pretextos.

Os meus conterrâneos, todos meus amigos, vão ficar muito contentes quando, logo ao fim da tarde, depois de recolher as cabras ao redil, me encontrar com eles na tasca do Zé, para beber um copo de tinto que dizem fazer bem ao coração e às artérias, e lhes contar esta novidade. De manhã, quando passei por lá para tomar o mata-bicho, um cálice de bagaceira e três figos secos, eles estavam furiosos a dizer as piores do Jorge Figueiredo que se despediu por um pretexto caprichoso que veio a verificar-se não ser realista e que, apesar de se tratar de desemprego voluntário, ficou a receber por mês trinta (30) salários mínimos, isto é, ele sem nada fazer, ganha tanto como trinta chefes de família cá da terra em troca de trabalho diário a tempo inteiro com risco e muito esforço físico e, com isso, têm de alimentar a família. Dá que pensar e os vizinhos estavam mesmo danados com esse caso e, ainda mais, por virem à conversa outros casos como os das empresas autárquicas, da Galp, da PT, da CGD.

Mas daqui destas fragas, olhando a vastidão do espaço, por onde espraio as minhas cogitações estimuladas pela rádio, fico com largo receio de que isto irá logo começar mal, porque não deixará de haver excepções para amigos dos detentores do Poder. Na Galp e na CGD não deixarão de aparecer Gomes e Varas para, sem nada fazer, aumentarem os seus próprios activos. Não vai longe o tempo em que os gestores mudavam de fracasso em fracasso até à TAP, lançando-a quase na falência de que foi salva por um estrangeiro, contratado segundo o comprovado estilo futebolístico, seguidor do culto da excelência, da eficácia, da gestão por objectivos e da avaliação por resultados. Este é um exemplo que já devia ter sido aprendido e posto em prática, mas a que ninguém tem ligado. Os portugueses, em geral, somos avessos ao método e à dedicação sustentada. E os maus hábitos demoram muito a serem perdidos. É precisa uma terapia intensa e continuada para conseguir a cura e a recuperação. Será que o Governo terá a paciência e a vontade férrea para não voltar atrás e para conseguir, com êxito, implantar a ética, a moral e a legalidade?
Oxalá que sim. Força «camarada» Sócrates!!!

Sugere-se a leitura dos seguintes posts que, de forma mais ou menos directa, ajudam a compreender este tema.
Haja vergonha no Poder
Temos que apertar o cinto?
Maus governantes ao sabor de manifestações
Onirismo de alguns governantes
2007 - AEIOT
Portugal a saque, impunemente

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terça-feira, 27 de março de 2007

NAL - Novo Aeroporto de Lisboa

Não posso deixar de aqui publicar este artigo do meu amigo que, ao contrário de muitos seguidistas, embora tenha sido fundador do PS, é um intelectual dedicado a estudos de estratégia de empresas e às teorias da decisão e usa de independência e isenção sempre que se debruça numa análise responsável

A não evidência do Aeroporto na Ota
Por Manuel Pedroso Marques (*)

Os bons objectivos, correctamente formulados, tornam-se evidentes. Ganham visibilidade, mobilizam as pessoas e constituem-se em factores estruturantes da confiança no futuro. Este não é, obviamente, o caso da Ota como localização do Novo Aeroporto de Lisboa. O que é uma pena, porque o país precisa de ter e acreditar que tem bons objectivos.
Em primeiro lugar, devem considerar-se pouco credíveis as opiniões que entendiam que não era preciso um novo aeroporto para substituir o da Portela e, agora, estão contra a Ota. Como se devem considerar irrelevantes as opiniões do tipo da dos deputados de Leiria, com o argumento da proximidade de casa… Ou, ainda, aquelas que se limitam a indagar sobre os interesses obscuros, incapazes de nada esclarecer sobre a obscuridade…
Em segundo lugar, se a Ota é uma questão fechada, deve dar-se como certo que, na comparação com a última alternativa a ser abandonada, Rio Frio, houve uma avaliação, ponderada, dos factores base da opção.
Ora, a avaliar pelos estudos disponibilizados na Internet, houve um modelo de ponderação da importância dos vários factores de decisão que privilegiava os factores ambientas, com prejuízo da alternativa de Rio Frio. Assim, no modelo construído para a avaliação das alternativas, constante de um estudo elaborado por uma entidade especialista, o ambiente pesava 25% e os outros factores todos – acessibilidades, navegabilidade e outras aeroportualidades, possibilidade de ampliação, distâncias dos pólos de maior utilização, características de solos e exequibilidade, e factores de custo -- os outros 75%. Acho que o peso dado à ecologia foi desmesurado, até porque não consta que a construção de um aeroporto tenha constituído jamais, em alguma parte, uma calamidade ambiental. Mas, também, não será esta a primeira vez que em Portugal se paga um preço absurdo pela indiscutível necessidade de salvaguardar o ambiente. Só que tudo tem um preço. Como o CO2. E os fundamentalismos são todos maus.
A serem verdadeiras as informações pelas quais a Ota custa mais quinhentos milhões de euros do que Rio Frio e esta hipótese implica no abate de sessenta mil sobreiros, se não considerarmos os eventuais componentes eliminadores da hipótese nem os demais a corrigir, temos a atribuição de mais de oito mil euros por cada chaparro!
Agora, das duas uma: ou vamos para a Ota e vamos pagar caro pelo ambiente, como já estamos a pagar noutras situações (em Foz Côa, atraso da Barragem de Odelouca e nas que não vamos conseguir fazer por obstrução ambientalista); ou vamos avaliar rapidamente o custo para o país de estrangular (durante quatro anos, diz um Secretário de Estado ou seis meses, dizem uns professores do I.S.T.) o aeroporto da Portela, perdendo uns 5 a 8 milhões de entradas no país por ano e compará-lo com o que a Ota custar a mais do que a outra alternativa a optar – Rio Frio ou outra.
Todavia, qualquer esforço de racionalização deste problema só tem sentido se a opção da Ota se tiver fundamentado em estudos seguros sobre a sua capacidade de ampliação. Caso contrário, é do analista de sistemas se atirar para o chão, a rasgar o fato e a morder os pulsos, tomado de furiosa loucura.
(*) mpmarques@hotmail.com

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RFID - Identificação por Radiofrequência

O controlo de pessoas, mercê da utilização das modernas tecnologias, está a tornar-se demasiado apertado, lesando de forma grave a liberdade e a privacidade de cada um.
Uma cidadã brasileira reagiu de forma muito correcta à situação que lhe foi criada pelo seu ginásio. É um exemplo a ser seguido em casos semelhantes. Ver em Nicolaias.

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INTERPRETAR A VOTAÇÂO

Transcrevo este artigo do Diário de Notícias, por achar uma observação judiciosa. E, por corresponder ao meu comentário já antes colocado no Democracia em Portugal, transcrevo este na parte final.

Interpretar a votação
Rosado Fernandes, Professor universitário (jubilado),Defensor do Marquês de Pombal no concurso da RTP

É difícil compreender o espanto provocado pela votação obtida, num concurso dos Dez Maiores Portugueses de Sempre, pela figura de Salazar. Os mais de 41% surpreendem-nos de facto. Pensando com um mínimo de racionalidade, teremos de nos perguntar se esse grupo de votantes era constituído unicamente por velhos "salazaristas". Todos sabemos que não. Muitos nunca o foram, antes pelo contrário, o que ainda torna o caso de relevância política mais melindrosa. A grande maioria quis exprimir o seu protesto e o medo pelo futuro que a espera. Depara-se-lhe o espectáculo da corrupção permanente, sem que se queira um sistema de Justiça que julgue os infractores. No sector da economia, sucedem-se as falências, a fuga das empresas para outros países, sem que, perante o desemprego, se dê importância ao ensino profissional ou à nossa agricultura, que é acusada exclusivamente dos subsídios que recebe, enquanto as comissões dos grandes negócios se escondem. Sabe-se que o aparente bem-estar instalado provém do endividamento das famílias e da dívida externa. A maioria, portanto, sente--se insegura, sem instrução, e pensa: "Já lá vão 33 anos"

É o preço da liberdade, dizem-lhe. Mas ela não acredita que leve tanto tempo e por isso votam muitos dos seus cidadãos como votaram. Mal! É certo. Mas é admissível também que protestem por querer que alguma confiança na vida lhes seja proporcionada.
Defensor do Marquês de Pombal no concurso da RTP

COMENTÁRIO EM «DEMOCRACIA EM PORTUGAL»

Temos liberdade de opinião e ninguém é impedido de aqui colocar a sua.

Será conveniente começar por constatar que este programa de escolha do maior português foi uma estupidez inqualificável. Não se pode comparar um estadista, com um poeta, um cientista, um artista, um desportista, etc. E, mesmo nestas categorias, é impossível escolher entre pessoas de estilos diferentes.
Á falta de um critério objectivo aplicável a cada um do candidatos ao pódio, a escolha acaba por depender apenas e critérios subjectivos de quem escolhe, de quem faz a avaliação.
Neste caso, parece que só seria correcto escolher pela altura de cada candidato ao título, mas essa não foi divulgada!!!

Mas o que agora tem interesse é apreciar a forma como os que se dizem democratas não aceitarem a vontade dos eleitores. Foi o povo quem escolheu, tal como tinha sido o povo que escolheu o PS nas últimas legislativas, tal como foi o povo que escolheu o PR, tal como escolheu os autarcas.

Não está correcto confessar-se democrata e criticar a escolha do povo, por não concordar com ela. A democracia tem destas coisa.
Se consideram a escolha errada, nunca todos concordaram com qualquer resultado de qualquer eleição. Mas mesmo que não concordemos, nada devemos fazer contra a vontade popular.

Mas, há uma atitude mais inteligente a tomar que é procurar compreender as razões que levaram tanta gente a decidir de tal forma. Há quem diga que o povo votou no PS porque não gostava do Santana Lopes, e agora pode ter acontecido fenómeno idêntico.
É preciso pensar nesse fenómeno e tirar daí as melhores conclusões para o País.

Perder tempo a criticar o que ocorreu há mais de 40 anos pouco adianta se daí não forem tiradas lições úteis para a governação de hoje e de amanhã. Sejamos coerentes e usemos os neurónios da maneira mais útil para o futuro do nosso Portugal.

Os tempos de mudança estão a chegar e seria bom que as mudanças fossem conduzidas para os melhores efeitos a favor da generalidade dos portugueses e não apenas de alguns ligados o Governo e à Autarquias.

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segunda-feira, 26 de março de 2007

UMA LUZ DE ESPERANÇA? OU DE RECEIO?

Quem costuma ler os meus textos com assiduidade já se deve ter apercebido de que procuro ser sereno, racional, sem me deixar dominar por entusiasmos fáceis, evitando conflitos, radicalismos e extremismos, procurando sempre o império do bom senso, através da compreensão e do diálogo calmo. Mas também tenho dito que, dado o desgoverno da sociedade que, por motivos vários, tem sido anestesiada, permanecendo numa modorra, em que predomina a indiferença, a apatia e o desleixo, torna-se necessário um abanão que a faça acordar e passar a utilizar os neurónios individuais, resistindo a manipulações exteriores. Uma análise sem nada de profética conduz à conclusão de que as próximas gerações, depois de acusarem os seus pais e avós do estado degradado em que recebem o País, hão-de restaurá-lo, certamente à custa de actos disciplinadores, didácticos, moralizadores, que poderão atingir alguma violência e repressão.

Hoje, ao folhear um diário, reparei, de passagem, numa notícia sobre a intenção de estudantes universitários da extrema-direita liderarem as associações académicas. Se, por um lado, é uma luz de esperança para o restaurar da cidadania, o acordar da sociedade, o consciencializar da juventude para a sua responsabilidade de preparar o Portugal do futuro, por outro lado, causa preocupação e receio o adjectivo «extrema». Mas, sem exaltação nem expressões inconvenientes, os responsáveis políticos devem reflectir sobre a situação actual da sociedade e o significado desse movimento. Em vez de reagirem considerando-se ameaçados, devem rever os seus comportamentos e atitudes, com vista à sua evolução no sentido da modernidade e deixarem de se manter arreigados aos seus métodos habituais, como «velhos do Restelo» ou «botas de elástico». Aquilo que podia estar certo (se é que esteve) ontem não o estará obrigatoriamente amanhã.

É preciso muito bom senso (coisa rara nos políticos), aceitar as realidades, os ventos da história, as reacções lógicas dos jovens, e contribuir para que estas possam evoluir no melhor sentido do desenvolvimento da sociedade, sem solavancos nem actos falhados. Já estamos fartos de avanços e recuos, como os dos ministros da Saúde, da Educação, dos Negócios Estrangeiros, e outros.

Também muito sintomático, no mesmo sentido da necessidade de recuperar o culto de valores éticos e cívicos, ultimamente tão esquecidos, é o resultado da votação para o «melhor português». Concorde-se ou não, são números a ter em consideração, em qualquer análise do estado de espírito da actual sociedade portuguesa, e, democraticamente, merecem, tanta consideração como os que deram a vitória ao Partido Socialistas nas últimas eleições legislativas. A voz do povo não deve ser respeitada numas circunstâncias e rejeitada noutras. O Poder não pode passar ao lado daqueles resultados sem deles tirar as devidas ilações,. (vejam-se os comentários a um post em A VOZ DO POVO sobre este concurso da RTP1)

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A TRAGÉDIA RODOVIÁRIA CONTINUA

Apesar das várias interpretações dos números, há «dúvidas» sobre a eficácia das alterações feitas no Código da Estrada, o que evidencia a incapacidade sustentada dos governos para reduzir a tragédia que diariamente se desenrola nas estradas. Transcreve-se artigo do Jornal de Notícias.

Número de mortes em acidentes ultrapassa valores de 2006
Inês Cardoso

Acidentes têm causado mais mortes do que no início de 2006

Estará o efeito dissuasor do Código da Estrada, que hoje completa dois anos de "vida", a perder-se? Ninguém arrisca uma resposta taxativa, mas as opiniões ouvidas pelo JN convergem num ponto os bons indicadores de redução da sinistralidade, obtidos em 2006, não estão ainda consolidados.

O boletim semanal que hoje será divulgado pela Direcção-Geral de Viação voltará, como tem acontecido, a trazer más notícias. Dados provisórios da GNR e da PSP apontavam, a meio da tarde de ontem, para um total de 18 vítimas. Número mais baixo do que na semana passada (21), mas que se mantém acima da média semanal de 2006 (15,7).

As razões para preocupação aumentam se se tiver em conta que, em média, o número de vítimas mortais de acidentes tende a aumentar no período de Verão. Boas condições atmosféricas "convidam" a carregar no acelerador e as férias implicam sempre tráfego acrescido. Basta dizer que Agosto foi o pior mês no ano passado, juntando-se no "pódio" Novembro e Dezembro.

O secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, é o primeiro a concordar que os valores obtidos em 2006 (muito próximos das metas estabelecidas para 2010, ultrapassadas em apenas três mortos) não estão consolidados. As estatísticas desde Novembro não terão deixado de contribuir para uma nuance no discurso político. Ascenso Simões chegou a anunciar que o novo plano de segurança rodoviária, em elaboração, iria rever as metas traçadas pelo anterior (limite de 847 mortos), mas entretanto optou por insistir na consolidação dos valores.

"Falta energia à política do Governo em matérias de prevenção rodoviária, o que significa que facilmente se poderão verificar meses complicados", considera Manuel João Ramos, para quem é "natural" que o efeito dissuasor da legislação se vá atenuando com o passar do tempo.

Opinião partilhada por Nuno Magalhães (CDS-PP), secretário de Estado com a tutela da segurança rodoviária quando o Código da Estrada foi preparado. "O código foi feito na consciência de que se ia ao limite possível da actuação repressiva", recorda, acrescentando que esse efeito tem de ser "permanentemente reavivado por via preventiva".

Acusando o Governo de "ausência de política forte", o deputado salvaguarda, contudo, ser cedo para tirar conclusões das estatísticas (até dia 18, houve mais 11 mortos que em igual período de 2006). Desde logo, porque o período em causa é curto e apenas mostra "tendências". Por outro lado, porque após decréscimos sucessivos "é natural que possa haver alguma correcção do ponto de vista estatístico".

Multas pagas na hora

A medida merece os votos de Nuno Magalhães (responsável político pela elaboração do código em vigor) e de Manuel João Ramos, da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, como a mais relevante introduzida pelas mudanças legislativas. "Deu-se um sinal de que as multas são para pagar e a lei para cumprir", aplaude Manuel João Ramos.

Sistemas de retenção

As regras em vigor desde 26 de Março de 2005 alargaram de 3 para 12 anos a obrigatoriedade de uso de sistemas de retenção de crianças. A Associação para a Promoção da Segurança Infantil promoveu já dois inquéritos que confirmam ter aumentado a intenção de proteger as crianças, mas alerta para o uso incorrecto de muitas cadeiras.

Sanções agravadas

Foram introduzidas regras mais severas e multas mais pesadas para a condução sob o efeito de álcool ou drogas, excesso de velocidade e manobras perigosas. A decisão de apreensão da carta deixou de ser exclusiva dos tribunais e foi transferida para a Direcção-Geral de Viação.

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sábado, 24 de março de 2007

HAJA VERGONHA NO PODER

Gestores pagos a peso de ouro

Tenho ouvido dizer, em tom que me parece irónico e provocatório, que Portugal não é um País de gente séria e honesta, salvo algumas honrosas excepções. São apresentados em apoio desta afirmação a corrupção que o PGR disse, há dias, não ser condenada pela generalidade da população (talvez por não haver quem não tenha um «habilidoso» na família ou nas suas relações); os autarcas eleitos sem apoio de partidos e com processos graves em tribunal, as polémicas escandalosas acerca da impunidade de actos menos legítimos de governantes e políticos em geral; do «entachamento» de filhos, familiares e amigos de políticos; das decisões tomadas em cima dos joelhos que depois são objecto de recuo; da Ota; do TGV; do «apito dourado»; da paragem da barragem de Foz Côa; do atraso com que se avançou para a energia eólica para não colocar em risco as aves (agora já devem ter uma apólice de seguro!); do metro do Porto; do metro do Terreiro do Paço das licenças de obras em Lisboa; do mau funcionamento da Saúde que estimula as clínicas privadas; das demoras e decisões dúbias da Justiça, etc. etc.

Mas apesar de todos esses e muitos outros argumentos, tenho procurado esforçar-me para não acreditar em tão pouca ética da generalidade dos meus compatriotas e sempre quis acreditar que, nas eleições, os votos fossem expressos conscientemente para escolher os melhores representantes e defensores dos seus legítimos interesses colectivos, do ponto de vista ético, técnico e cultural e que os eleitos usassem os melhores critérios para escolher os seus colaboradores a fim de bem desempenharem as funções que lhes foram confiadas.

Mas esse meu esforço de credulidade não conseguiu ser suficiente para afastar dúvidas. Por exemplo, não compreendo que os governantes criem défices permanentes e, para procurarem evitar o seu crescimento astronómico, usem o truque já muito gasto de irem aos nossos bolsos de toda a forma e feitio. É que pensava que eles se preocupavam, prioritariamente, em melhorar a nossa qualidade de vida em todos os seus variados aspectos.

E, desta forma, a ilusão ia desaparecendo, com frequentes notícias de abusos do Poder no sentido do enriquecimento ilegítimo (como dizia João Cravinho, antes de ser «exilado») de governantes e seus apaniguados e cúmplices, das autarquias e instituições sentadas á mesa do erário.

Mas a democracia, apesar de muitos defeitos, permite alguma transparência ocasional, principalmente quando à frente do Tribunal de Contas se encontra um homem honesto e patriota. E, por isso, graças a essa Instituição que leva a sério a sua função, soube-se agora que numa auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos vencimentos e remunerações acessórias dos gestores empresas municipais se concluiu que metade dos seus administradores receberam, durante 2003 e 2004, vencimentos e despesas de representação que excederam os limites impostos pela Lei.

O TC concluiu ainda que em quase 30% das empresas municipais, onde os administradores acumularam essas funções com as de autarcas locais, os seus salários conjuntos ultrapassaram em 75% o vencimento máximo do Presidente da República, incluindo despesas de representação. Além dos vencimentos, o TC encontrou inúmeras irregularidades na utilização de viaturas, de cartões de crédito e de telefone de serviço, tendo em quase um terço das empresas sido atribuídas viaturas de serviço a membros do conselho de administração, "para uso pessoal ou indiferenciado" sem que esse benefício estivesse previsto na Lei ou sequer, autorizado". Acresce ser frequente gestores destas empresas decidirem o valor dos seus próprios salários e remunerações acessórias.

Quanto ao número das empresas municipais e intermunicipais existentes, o Estado parece desconhecê-lo, com rigor. Depois de cruzar os dados da Direcção Geral das Autarquias Locais e da Associação Portuguesas de Empresas Municipais, em meados do ano passado, o DN chegou a identificar 169 empresas, 21 participações de municípios em empresas de capitais maioritariamente públicos, oito empresas intermunicipais e cinco empresas de capitais públicos. E o próprio presidente da associação de empresas municipais, Carlos Soares Alves, reconheceu então ao DN que algumas delas não tinham razão de existir.

Segundo o Jornal de Notícias, são referidas três das muitas situações reveladas por uma auditoria do Tribunal de Contas (TC): o administrador delegado de uma empresa municipal (EM) a auferir um salário mensal de 8800 euros, superior ao do presidente de outra, maior e de gestão mais complexa; um autarca que ao seu vencimento adiciona verbas recebidas como presidente de empresas municipais, excedendo os valores máximos autorizados em caso de acumulação de funções; um outro autarca que recebe um prémio de gestão pelo desempenho numa empresa que apresenta resultados negativos.

Perante as omissões do diploma de 1998 e a proliferação de despachos governamentais "casuísticos e avulsos", as remunerações foram sendo fixadas quase "a la carte", havendo apenas que escolher a lei que mais lhes interessar, o que deixa muito a desejar quanto à competência dos órgãos legislativos nacionais. Nuns casos, com base no Estatuto dos Eleitos Locais, noutros no do Gestor Público, noutros ainda no dos dirigentes municipais. Daí que o tribunal recomende a introdução de "regras claras e inequívocas, por forma a garantir o respeito por critérios de legalidade, exigência e moralização", essenciais em tempo de contenção da despesa.

Perante este balde água fria que arrefeceu o entusiasmo de quem acredita na boa fé dos detentores do Poder, ficamos a compreender para que é que nos obrigam a apertar o cinto e quem beneficia com o nosso sacrifício de contribuintes. E, mais uma vez, se recorda o apelo feito pelo então PR Jorge Sampaio, na sua visita ao Sátão, para a luta contra a campanha anti-política, como se essa luta devesse partir dos cidadão e não dos próprios políticos que, em vez de se preocuparem com o seu enriquecimento ilícito, abusivo, imoral e sem vergonha, deviam preocupar-se em constituir um bom exemplo e um modelo a seguir pelos seus eleitores. Deve haver vergonha no Poder. Ficamos na dúvida se vale a pena votar ou se devemos abstermo-nos de colaborar nesta fantochada da alternância de corruptos e sugadores do dinheiro de quem trabalha arduamente para alimentar o erário de que os vampiros se servem sem qualquer pejo.

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OS MILITARES E A ESPECIFICIDADE DAS SUAS MISSÕES

Explosões em paiol de Maputo

Maputo, capital de Moçambique, entrou em pânico na tarde de 22 devido a sucessivas explosões num paiol militar, numa das saídas da cidade, que em tempos era considerado uma instalação modelar em todo os pormenores da segurança. Fonte do Ministério da Defesa moçambicano disse que o paiol guardava material bélico pesado, designadamente obuses e morteiros, tendo parte desse material foi projectado para uma vasta área residencial em redor do quartel, sem que chegasse a deflagrar, o que exigiu de imediato intensivo trabalho de busca e recolha.

Segundo observadores era um ruído ensurdecedor e uma nuvem que fazia lembrar Hiroshima ou Nagasaki". Malhazine, zona densamente habitada em redor do quartel onde se deram as explosões, passou, de um momento para outro, de bairro de lata a bairro fantasma. Esta descrição veio recordar-me da explosão ocorrida, há cerca de 54 anos, em Lisboa, no paiol da Ameixoeira, que observei a partir da Amadora, durante muitos minutos, que pareceram horas. Um espectáculo preocupante, terrível!

Houve alusão a "altas temperaturas" como explicação das explosões, mas tal causa foi desde desacreditada, tendo Afonso Dhlakama , o líder da Renamo, que também esteve no local e visitou as vítimas no hospital, dito "Como seria o acondicionamento de munições em países com temperaturas muito mais altas que Moçambique?" Em sua opinião, na origem das explosões está a falta de ordem nos quartéis moçambicanos, "onde os militares se misturam com civis, num ambiente sem regras nem regulamentos".

Perante a extensa área de espalho de munições e destroços, houve que iniciar, sem demora, a limpeza tendo sido removidas por brigadas militares centenas de ogivas e destroços, e os especialistas estimam que vão ser precisos vários dias para completar a limpeza. Houve projécteis que foram atingir viaturas que circulavam numa estrada a mais de dez quilómetros.

Os números de vítimas crescem à medida que o tempo passa. Com os desaparecidos ainda por quantificar, 83 mortos e 350 feridos (42 necessitando de "cuidados muito especiais") compunham o último balanço fornecido pelo Governo moçambicano. Um balanço provisório e, presume-se, contido, a avaliar pelos relatos trágicos que, durante o dia 23, foram chegando de Maputo.

Do lado do Governo, foi anunciada a criação de uma comissão de inquérito independente para estudar as causas do acidente e propor recomendações e medidas futuras para situações do género.

Mesmo que não tenha havido intenção, este caso mostra que os militares devem ser devidamente motivados a serem cuidadosos, rigorosos e inflexíveis com os seus materiais, e todos os aspectos da segurança. São coisas de tal maneira sensíveis e perigosas que não toleram desleixos. É mais um aspecto que deve levar os governantes a não os tratar como vulgares funcionários públicos. Têm especificidades que devem ser tidas em consideração e que devem ser devidamente compensadas, pois não estamos em época histórica que tolere a escravatura. A cada um segundo o seu esforço, sacrifício e restrições de direitos, liberdades e garantias.

A vida dos militares não é cor-de-rosa, é feita de espinhos, dores e desgostos, que só são superados quando existe um acrisolado Amor à Pátria e inabalável espírito de missão, de servir, de doação total de si próprio, coisas que exigem forte motivação e apoios pessoais e familiares mas que escapam à compreensão dos políticos e da maior parte dos cidadãos vulgares, que teimam em os considerar, nos aspectos remuneratórios, como simples funcionários públicos.

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sexta-feira, 23 de março de 2007

REFLEXÕES EM VERSO

REFLEXÕES


Portugal é um País,
Onde qualquer badameco
Pouco mais que analfabeto
Se julga gente importante,
E ocupa os mais altos cargos
Fazendo dos outro parvos,
Ainda que mentes brilhantes.

Basta para isso que seja:
Republicano assumido,
Filiado num partido
Que se diga anti-Igreja,
E que tenha na inveja
O seu prato preferido.

P´ra o curriculo sublimar,
Deverá acrescentar:
Ser desertor militar,
Anti-guerra do Ultramar,
Dizer mal de Salazar,
- Se for mulher abortar -
E alguma vez ter sido
Pela PIDE perseguido.

Se a isto adicionar
A aptidão especial
De ex-preso do Tarrafal,
Não tem nada que enganar:
Neste País pervertido,
- Onde a honradez é pecado -
Tem futuro garantido
E será condecorado !!

Março de 2007
V.C. O Poeta de Fornos de Algodres

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quarta-feira, 21 de março de 2007

TSUNAMI E SEU MISTÉRIO

No blog «O Montado» está um post intitulado «Teoria da conspiração ou intelligence eficaz?» que fornece uma explicação coerente mas dramática sobre as circunstâncias do maremoto seguido de tsunami ocorrido em 26 de Dezembro de 2004. A sua leitura dá-nos uma perspectiva realista daquilo a que o mundo está sujeito, perante os interesses das grandes potências, quer sejam permanentes quer pontuais no tempo e no espaço.
A vida do ser humano e do seu habitat está sujeita a pressões incontroladas e imprevisíveis.
Sugere-se a leitura, para o que basta fazer clique no link colocado acima.

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BRASIL NA MIRA DE CHÁVEZ

Este artigo de Stephen Kanitz, recebido por e-mail, é de grande actualidade e traz uma perspectiva estratégica da evolução do poder económico da Venezuela, com vistas largas a ter em consideração por toda a América Latina e pelos EUA. Um trabalho a ter em consideração por todos os estudiosos e, principalmente pelos governantes brasileiros.

A viagem do Bush ao Brasil

A vinda do Bush não tem nada a ver com o Brasil, muito menos com o etanol. Os Estados Unidos não querem estreitar os laços comerciais com o Brasil. Tentaram a ALCA, mas nós recusamos.

O Brasil representa um acréscimo de somente 4% de potencial de venda para uma empresa americana. O mercado americano teria representado um acréscimo de 2000% para uma empresa brasileira.

Quem tinha maior interesse na ALCA, as empresas brasileiras ou as americanas? Como não temos administradores no governo para fazerem estas contas, quem se opôs à ALCA fomos nós.

Bush vem ao Brasil para avisar dos perigos do Hugo Chávez. Vai lembrar que enquanto Chávez minava a ALCA, fechava acordos para vender 80% de sua produção de petróleo para os Estados Unidos. O inimigo atual do Chávez não é os Estados Unidos, é o Brasil.

Chávez quer unir a América Latina, para somente depois atacar os Estados Unidos. E, para unir a América Latina, ele está mostrando as injustiças e o imperialismo estatal brasileiro. Já convenceu Evo Morales a romper com a Petrobrás. Sua próxima cartada é fazer o Paraguai romper com a Eletrobrás.

Lentamente, ele vai encarecendo a matriz energética brasileira e enfraquece a economia brasileira. Chávez irá lentamente isolar o Brasil da América Latina.

Nós brasileiros, nunca nos identificamos com nossos vizinhos espanhóis, portanto a análise de Chávez é perfeita e fácil de realizar.

Poderá Lula conter o objetivo de Chávez? Chávez é inteligente, é um militar disciplinado, tem poder absoluto sobre a Venezuela e se manterá no poder até 2020. Lula é inteligente, não é muito disciplinado, não comanda sequer seu partido e só tem mais três anos e nove meses de mandato.

Fernando Henrique Cardoso desorganizou nosso exército, e a sociedade brasileira é hoje contra militares que precisariam agora nos defender. O Brasil ficará isolado da América Latina e do Mundo ao mesmo tempo.

Enquanto Lula gastou quatro anos querendo ser o líder do Terceiro Mundo, Chávez vai se consolidar como o LÍDER inconteste da América Latina.

Como sabemos, brasileiro nunca deu bola para a América Latina. Nosso povo e nossos empresários querem aprender inglês, e não espanhol. Nossos governantes e intelectuais querem aprender francês e tupi-guarani.

Bush vem dizer a Lula e aos brasileiros que Chávez é um problema brasileiro.

A tática brasileira de ameaçar apoiar a União Soviética para conseguir vantagens não funciona mais. O mundo não é mais bipolar, o mundo é um salve-se quem puder.

E neste cenário, o petróleo da Venezuela é mais importante do que a soja brasileira. Bush não vai comprar etanol brasileiro para substituir o petróleo venezuelano. Ele continuará a comprar petróleo da Venezuela fortalecendo a economia venezuelana.

Bush vem comprar matérias-primas do Brasil, como faz a China, e não produtos industrializados.

Para entender nosso futuro é necessário observar o mapa mundo abaixo.

É diferente de todos os que vocês conhecem, porque coloca a China no centro, e não Greenwich, Inglaterra.

Com a China se tornando o país que mais cresce do mundo, ela será o centro das atenções, e países como Japão, Índia, Coréia, Singapura e Austrália estão estrategicamente posicionados para serem fornecedores deste crescimento. A pouca distância está a Europa, Oriente Médio e pasmem – Seattle, Oregon.

Distante, bem distante, encontra-se a América Latina. O Brasil fica pior ainda por causa da Cordilheira dos Andes. Nossos navios precisam passar pelo Canal do Panamá, costeando a Venezuela, esperando na fila duas semanas. Nossos intelectuais, nossos comentaristas e jornalistas sempre foram contra a ampliação do Canal do Panamá, lembram-se?

O Brasil passa a ficar no fim do mundo cercado por países antagônicos como Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela e Equador.

Por que Chávez comprou nove submarinos por 3 bilhões de dólares? Para afundar navios de quem? Petroleiros americanos buscando petróleo? Algo para se meditar.

Os franceses, que sempre estimularam o isolamento da América Latina, não estarão nem aí para nos proteger. Os amigos da Sorbonne dos nossos militares e políticos do PSDB, como Fernando Henrique Cardoso, estão interessados na União - na União Européia.

O mundo já riscou o Brasil do mapa há muito tempo, pela nossa incompetência administrativa. Não inventamos nenhum produto, não temos nenhuma patente útil, não temos nenhuma empresa multinacional de que eles dependam, não temos matérias-primas que irão se esgotar.

Nossos economistas nunca se preocuparam com isto, foram sempre antibusiness, anti-administradores, anti-negócios em geral.


Seremos uma Nova Zelândia do turismo radical, do turismo barato e ocasional. Ninguém no Brasil pensa em investir na Nova Zelândia e no novo mapa-múndi. Ninguém pensará em investir no Brasil, pós Chávez.

Nossos intelectuais já haviam nos isolado do mundo moderno, do neomarxismo, neoliberalismo, neoconservadorismo, de tudo que era novo e moderno.

"Vocês estão absolutamente sozinhos", dirá Bush aos seus interlocutores.

"Eu quis ter o prazer de dizer isto a vocês, pessoalmente. Depois de recusar uma aliança com os Estados Unidos que poderia ter criado um bloco econômico poderoso, depois de dar ouvido aos franceses que queriam nos dividir para nos enfraquecer, e conseguiram, vocês brasileiros estão sem aliados.”

“Os franceses os convenceram que nós, dos Estados Unidos, éramos os inimigos, e nenhum de vocês percebeu que tínhamos os mesmos imigrantes europeus, os mesmos negros africanos, o mesmo pavor da tirania européia, o mesmo clima, os mesmos ideais, e que nunca guerreamos em 500 anos de história. Enquanto que os franceses, alemães e ingleses, arquiinimigos, se uniam em torno da União Européia.”

“Vocês se deixaram enganar pela política diplomática e maquiavélica francesa, que enviaram professores para a USP e adidos militares para a ADESG para enganá-los e empobrecê-los.”

“Quero ter o prazer de dizer as últimas palavras de um governo americano que se encheu com o antiamericanismo constante de seus estudantes, jornalistas e elite intelectual.“

“Goodbye”.
Stephen Kanitz
stephen@kanitz.com.br

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PARA PENSAR SOBRE A OTA

Alguns dados para ficarmos mais esclarecidos. Não tem havido transparência. Não devemos deixar-nos arrastar por decisões imponderadas e impostas autoritariamente. Parece haver grandes interesses em jogo, para pessoas ligadas ao governo. Vale a pena ler as notícias completas.

Segundo o Diário de Notícias, em 1994, um estudo da ANA defendeu o Montijo como a melhor localização para o novo aeroporto. Segundo o mesmo estudo, divulgado ontem pelo Portugal Diário, a Ota seria a pior solução.

Este documento nunca foi divulgado pelo actual Governo, que se comprometeu, em campanha eleitoral, a construir um novo aeroporto na Ota.

No estudo ontem divulgado, a Ota é apontada como uma localização "limitada", uma solução "com problemas" e "cara". O estudo da ANA - Aeroportos e Navegação Aérea - considerava-a mesmo a "pior opção", entre quatro hipóteses analisadas: duas no Montijo (A e B),Rio Frio e, finalmente, Ota.

Segundo o Jornal de Notícias, o projecto do novo aeroporto enfrenta uma onda de contestação que se estende ao próprio PS

As dúvidas sobre a localização do futuro aeroporto de Lisboa na Ota alargam-se já a algumas das mais influentes personalidades do Partido Socialista.

Na segunda-feira à noite, foi a vez de António Vitorino se juntar ao coro dos que manifestam reservas e aconselham ao Governo maior prudência na decisão "A necessidade do novo aeroporto é uma coisa. Questão diferente é escolher a Ota como local. [Depois do relatório da NAV] o Governo terá que vir esclarecer", defendeu o coordenador das "Novas Fronteiras" socialistas na RTP. Ainda mais claro, Vitorino rematou: "Se me perguntar se me atiro à Ota de peito aberto, vou devagar e quero ver a resposta."

No mesmo dia, o deputado Vítor Ramalho dizia quase o mesmo "Assisti a dois ou três debates na televisão, o que é insuficiente. Devia explicar-se aos militantes porquê a Ota" e não outros locais na margem sul.

Se Ramalho pode ser suspeito (foi eleito por Setúbal), já Jorge Coelho, ex-ministro das Obras Públicas, ex-número dois de Sócrates, questionou no sábado, no "Correio da Manhã". "O país devia parar um pouco e, com seriedade, questionar isto é importante ou não é?". Coelho, que ainda assim considera a Ota "o menos mau" dos locais, dizia isto na véspera de se conhecer o estudo da NAV que coloca várias reservas à construção do aeroporto precisamente na Ota.

Há, ainda, outros socialistas, mesmo no núcleo duro de José Sócrates, que, apurou o JN, são frontalmente contra a localização do aeroporto na Ota e já o comunicaram ao primeiro-ministro. Em oposição firme mantém-se João Soares, que continua a dizer que a Ota é "um disparate". Em 2001, o então autarca de Lisboa acrescentava à expressão um cáustico "colossal". Já Elisa Ferreira, ex-ministra e hoje eurodeputada, dizia no semanário "Sol" ter "muitas dúvidas" sobre a Ota, por não ter sido demonstrada "a rentabilidade" da obra. "É importante o cidadão saber quanto é que vai ter de pagar", concluía.

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TEMOS QUE APERTAR O CINTO?

Todos temos sentido as dificuldades que nos são impostas devido a erros de governação que vêem de longe e de que não podemos prever o fim. Mas a pouco e pouco vamos sabendo que a fome não chega a todos. Há os políticos e os seus protegidos que beneficiam com o nosso sacrifício. A realidade mostra, que por cá, Governar significa uma «elite» governar-se à custa dos sacrifícios que impõe aos mais pobres, aos que não podem fugir ao fico, aos que pagam e nem bufam. Transcrição de artigo do Correio da Manhã

Mais 333 pensões de luxo
CGA - Em 2006 os pensionistas com reforma acima de 4000 euros subiram 10,8%

O número de novos pensionistas com uma reforma mensal acima de quatro mil euros, o escalão mais alto na Administração Pública, ascendeu, em 2006, a 333 pessoas. Com este resultado, obtido a partir das listas mensais da Caixa Geral de Aposentações (CGA), o universo de reformados com pensões elevadas regista um aumento de 10,8 por cento em relação a 2005. Ao todo, estas 333 pensões custam ao Estado mais de 1,5 milhões de euros por ano.

Nos últimos dois anos, a lista de aposentados com reformas altas inclui nomes tão famosos como Alberto João Jardim, presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Adelino Salvado, ex-director nacional da Polícia Judiciária, Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, e Rodrigues Maximiano, ex-inspector-geral da Administração Interna. Já personalidades como Manuel Alegre, deputado do PS e candidato nas últimas eleições para a Presidência da República, Santana Lopes, actual deputado do PSD e ex-primeiro-ministro, e João de Deus Pinheiro, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e actual eurodeputado, reformaram-se com pensões superiores a três mil euros, o segundo escalão mais alto da Função Pública.

Ao todo, segundo os dados da CGA dos últimos dez anos, em Dezembro do ano passado 3409 pensionistas recebiam uma reforma mensal acima de quatro mil euros. Em 2006 reformaram-se 52 pessoas com pensão superior a cinco mil euros, uma das quais ultrapassou os seis mil euros. Justiça e Educação são os sectores onde estão concentradas as pensões mais altas.

Entre 1997 e 2006, o número de pessoas com reformas acima de quatro mil euros registou um aumento de 539 por cento, um sinal evidente do envelhecimento da população activa na Administração Pública. E, por isso mesmo, tudo indica que esta tendência de acréscimo do universo de pensionistas com reformas superiores a quatro mil euros seja uma realidade nos próximos anos.

Daí que o Governo, no âmbito da reforma da Segurança Social, tenha decidido que as pensões dos funcionários públicos com valor mensal superior a 2418 euros não são actualizadas em 2007.

127 NOVOS APOSENTADOS EM 2007

Nos primeiros quatro meses deste ano, o número de novos aposentados com pensão de valor igual ou superior a quatro mil euros totalizou 127 pessoas, contra 120 em igual período de 2006. Os sectores da Justiça, em particular ao nível da magistratura, e da Educação, no que diz respeito a professores catedráticos, registam a maior concentração de aposentados com pensões de valor mais elevado. Eduardo Catroga, ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva, destaca-se na lista com uma pensão de 9693 euros.

QUASE 60 MIL SEM ACTUALIZAÇÃO

O congelamento das pensões de valor superior a 2418 euros deverá ter um impacto considerável na Administração Pública. Num universo de quase 400 mil pensionistas da CGA, estima-se que a medida deverá abranger cerca de 60 mil pessoas. Educação, Justiça e Saúde são os sectores com o maior número de pensionistas abrangidos. Em 2005, a pensão média do total da Administração Pública ascendia a 1104 euros, um valor inferior aos 1269 euros do valor médio das reformas atribuídas no ano de 2005.

António Sérgio Azenha/ A.D.

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terça-feira, 20 de março de 2007

OS CRIMES DE PEDRO E INÊS

Artigo extraído de ecos e comentarios pelo seu interesse referente a Alcobaça e sua simbologia, e também por nos mostrar como é feita a nossa história, baseada em factos pouco edificantes do ponto de vista ético. Parece que o nosso povo, na generalidade não é sério, apoia a corrupção e a vigarice, acha que os malfeitores são uns tipos espertos e com muita habilidade. Há poucos dias, o PGR disse que a população não condena a corrupção, o que vem ao encontro daquilo que se passou nas últimas eleições autárquicas em que foram eleitos candidatos, sem apoio dos partidos e com processos pendentes em tribunal por suspeitas de ilegalidades ocorridas nas suas funções de autarcas.
É imperioso dinamizar o civismo e a ética a todos os níveis. Para isso, os blogues têm um papel importante a desempenhar. É preciso exercer uma acção crítica sensata e sem perder tempo, com perseverança e acutilância. É necessário referir e fazer transcrições daquilo que é dito noutros blogues, fazendo uma frente única e inquebrantável. Unidos seremos fortes.

Os crimes de Pedro e Inês


Falar da fábula “os amores de Pedro e Inês” é desvelar a mentalidade portuguesa num dos seus pilares estruturais – a mitogenia- que, no dizer de Cunha Leão, “alastra Portugal de lés a lés”.

Parte do passado está contado por historiadores, que à falta de métodos de investigação, reproduzem questões que não entendem. Aliás, a ciência é entendida, neste meio e em Portugal, por saber coisas: quando nasceu um rei, quais as amantes que teve , os caminhos por onde passou, divagar sobre loiças e cacos sobre a disposição de pedras, etc.. Trata-se de um saber que não passa de bisbilhotices (...)

Salvo raras excepções, a historiografia portuguesa, está escrita e reescrita baseada em mitos, que se reproduz num sintoma de esterilidade intelectual e evasão pelo sonho. Chega-se a historiador abordando temas por clonagem e onirismo e, de palpite em palpite, se escrevem livros perpetuando vacuidades. Com eles chega-se a catedrático ou a presidente de academias. E, num ápice, este tipo de prosa faz-se “best-seller” em edições bibelot, vendidas de porta em porta por editoras que fazem dos leitores sócios.Em Alcobaça , há quem publicite o número de livros que escreveu. Num país ainda caracterizado pelo elevado número de iletrados, este exibicionismo parolo é eloquente (...) .

Assim, a “fábula de Pedro e Inês”, passou para a memória colectiva como um mito de amor que, em qualquer parte do mundo civilizado, consubstancia um crime, sendo que as prisões em Portugal estão cheias de casos “de amor” semelhantes. O mito longe de ser um fenómeno exclusivamente da imaginação é também uma atitude intelectual que se desenrola necessariamente no âmbito dos poderes factícios, e para sociedades tradicionais como a portuguesa, não é apenas uma realidade objectiva. Este género de visão infantil ou pré-moderna é a única revelação válida da realidade. Assim, os mitos são uma espécie de sonhos colectivos, onde se fixam normas exemplares de procedimentos e actividades humanas significativas, que equivalem a esquemas mentais concretos e sintetizam a ideologia de um povo e a sua cultura. Não são explicações que satisfaçam uma curiosidade científica, mas relatos que revivem uma realidade original de aspirações morais. Vejamos então este ponto: um homem casado pela igreja, com uma mulher, assedia sexualmente outra praticando adultério. A assediada atraiçoa a patroa dormindo com o patrão. Entretanto o pai do galante manda matar a amante do filho. O filho enraivecido, lança o reino numa guerra civil, saqueia cidades e as terras dos assassinos, matando-os com requintes de sadismo, arrancando o coração pelas costas a um, e como se isto não bastasse, desenterra a morta anos depois, obrigando os súbditos a beijar a mão do cadáver em decomposição. Cenografa então uma coroação digna de um filme de terror, ou de práticas satânicas. É isto uma história de amor? Adultério, traição, assassínios, mortes, violência, sadismo e práticas de necrofilia? É preciso ser-se muito inculto ou até mentecapto para ver nestes actos modelos exemplares de moralidade e, na memória de Pedro e Inês, as virtudes que promovem a terra (Alcobaça) como se pretende com um logotipo.

É ainda curioso como estas duas criaturas estando em verdadeiro pecado mortal segundo as leis de Deus, estejam num templo católico, junto do altar, a presidir a todas as cerimónias religiosas.

Lamento que instituições de respeito como são a Igreja Católica, o Estado e as escolas tenham perdido o sentido ético e, estejam completamente desnorteadas. Se assim não fosse, não se via, por vezes, em Alcobaça, os estabelecimentos de ensino a representar a cena satânica e necrófila do beija-mão e a Câmara a apoiar este tipo de iniciativas em nome da cultura, agora também na forma de um logotipo. Estes procedimentos contrariam as campanhas anti-violência que se fazem pelo mundo fora, com a agravante de se utilizar crianças e adolescentes. Depois, lamentam-se alguns da violência dos alunos nas escolas.

Esta história tolera-se em crianças, mas infantilidade em estado adulto chama-se imbecilidade. (...) Por isso sugere-se (...) aos que escrevem nos jornais locais, que se centrem nos quistos de que a terra enferma e não divaguem sobre coisas que não dominam. Por certo ajudariam a combater a ignorância do vulgar e fariam um bom serviço à comunidade, além de transformar os jornais locais e a terra em pontos de encontro sadios”.
Ps. todo o comentário bem disposto e elevado é bem vindo.

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OS POLÍTICOS E O RELVADO DOS ESTÁDIOS

Numa época em que muitos dirigentes políticos apoiam irracional e ilicitamente o futebol, por constituir um factor alienante e anestesiante para desviar a atenção das pessoas – a Nação – dos autênticos problemas colectivos, aparecem pensadores a dizer que a Nação tem tanta importância para os governantes como o relvado para os jogadores de futebol. É ignorada nos tempos normais e só é lembrada em vésperas de eleições como fonte de votos em época de crise como fonte potencial de mis impostos, mais limitações de direitos, liberdades e garantias e de regalias a que deve submeter-se sem a mínima hesitação. Segundo eles, a Nação não é para ser apoiada e protegida, mas sim para ser explorada.

Isto parece exagerado, mas, na realidade, as notícias tornam, cada dia, mais claro que o relvado dos estádios não entra nas análises dos grandes derbies, não é tida em consideração nos ensaios das melhores tácticas. A Nação também não. Os exemplos são frequentes e um deles foi ontem notícia com o último conclave do CDS-PP. Não transpirou uma qualquer referência aos problemas do País e dos cidadãos, ao prolongado aperto d cinto sem se verem melhorias da qualidade de vida, a não ser a dos políticos nas suas remunerações directas e indirectas, direitos e benesses, Não saiu qualquer hipótese de solução para melhorar a governação a bem do povo trabalhador e contribuinte. O que veio a lume foi a competição aguerrida para os lugares que dão visibilidade, notoriedade benesses. Houve ofensas primárias, sempre à volta das regras estatutárias e dos apoios delas retiráveis. Igual situação se tem vivido no CDS em que a corrida ao poder está às vistas de todos O mesmo se viu no PS com as posições tomadas por pequenos grupos que se estão a pôr em bicos de pés, em que sobressaem as divergências acerca das políticas de saúde, da Justiça, da segurança Interna, dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, da Educação, da Ota e do TGV. Em todos estes casos, não se argumenta com os interesses nacionais, mas sim com a vantagem no campeonato interno da corrida ao Poder. Ao povo – a relva – é para pisar sem contemplações pra não se perder a concentração sobre o verdadeiro objectivo – derrotar o adversário – meter golos da baliza contrária.

Com políticos assim, confinados a olharem para o próprio umbigo e a perspectivarem apenas os seus benefícios, o povo - relva – continuará ser pisado repetidamente... até que decida manifestar-se abertamente com visibilidade transportada pela comunicação social. Com lógica, com racionalidade, nada se consegue. No mínimo, tem de haver manifestação, que tem provado ser eficaz para os ministros recuarem as decisões insensatas que tinham tomado, e se as manifestações não forem suficientes, poderá advir violência, numa escala inicialmente controlada, mas com grave perigo de ultrapassar os limites convenientes.

Enquanto, alinhava estas reflexões vi, no Jornal de Notícias , a notícia «Vitorino tem dúvidas sobre a localização» do Novo Aeroporto de Lisboa, em que este militante do PS, com conhecida clarividência e seriedade, sugeriu ontem ao Governo que desse resposta às "dúvidas" levantadas por um estudo da NAV sobre o aeroporto da Ota e acabou por chamar a atenção para "o que disse o Presidente da República", apontando a necessidade de o estudo custo-benefício da Ota "responder às dúvidas sobre o prazo de validade, a ligação à base da Força Aérea e a obra de engenharia". Esta posição, semelhante a outras anteriores fazem lembrar a forma digna como abandonou as funções de MDN no Governo Guterres, que devia constituir exemplo para muitos dos actuais governantes.

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MÁRIO RELVAS. UM PATRIOTA LUTADOR

Todos devem contribuir para tornar a sociedade melhor

É preciso que haja seguidores deste exemplo construtivo. Estou convicto de que eles aparecerão. Não há outra solução para recuperar a boa saúde de Portugal. Não podemos ficar de braços cruzados à espera da acção dos políticos. Temos que agir.
Um abraço muito amigo e com grande consideração

Penso escrever um livro

“Somos todos parte integrante da sociedade. Não podemos ficar apenas à espera, impávidos e serenos, que nos venham resolver os problemas.

Entendo que temos de fazer alguma coisa e ajudar as autoridades e o País a ir para a frente”, explica Mário Relvas, um aposentado da PSP e ex-militar dos Comandos.

A cidade de Braga é o cenário preferencial dos seus alertas, como acontece com a denúncia da poluição por autocarros velhos importados da Alemanha e pintados como novos, os estacionamentos abusivos que impossibilitam a circulação de autocarros ou a falta de vistoria dos elevadores. “Cada cidadão, no seu espaço e na sua função, deve fazer tudo o que está ao seu alcance para ajudar ao desenvolvimento do País e a tornar melhor a vida diária de cada um”, diz Mário Relvas, que aos 46 anos dedica grande parte do tempo na promoção da causa das pessoas autistas.

Embora salvaguarde que não é fácil exercer de forma mais activa os direitos e deveres de cidadania – “às vezes vêem-nos como malucos”, observa – Mário Relvas diz que tem procurado manter como ideal de vida os princípios e valores recebidos dos pais, da educação salesiana e da formação militar. “Tenho escrito muito e até estou a pensar escrever um livro, devidamente contextualizado”, anuncia o antigo militar, aproveitando para agradecer “a oportunidade dada pelo Correio da Manhã para fazer chegar a voz das pessoas às autoridades”. É que “as instituições não ligam aos apelos das pessoas”. Nem mesmo quando as denúncias surgem de uma instituição, como aconteceu com o núcleo de Braga da Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento de Autistas, que Mário Relvas ajudou a fundar. Lançou também o jornal não oficial de Comandos ‘Passa Palavra’ e o site www.comandosdeportugal.net/jornal , a par do seu blogue «aromas de portugal».

CAUSAS DA CIDADANIA

Na Av. Antero de Quental, em Braga, o estacionamento abusivo chegava a impedir a circulação de autocarros. Após a denúncia de Mário Relvas, a Câmara reorganizou o parqueamento na zona com a pintura de linhas orientadoras e resolveu assim o problema.

DIFERENÇA
Mário Relvas diz que o ‘CM’ tem uma forma diferente de trabalhar as denúncias dos leitores: procura a resposta das autoridades.
Mário Fernandes, Braga in www.correiomanha.pt

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segunda-feira, 19 de março de 2007

OLIVENÇA, ELVAS E BADAJOZ

Pessoalmente, nada tenho contra ou a favor de cada uma destas localidades. Mas, como cidadão, procuro compreender as posições antagónicas que chegam ao meu conhecimento. O grupo do Amigos de Olivença, movido por um patriotismo tradicional e respeito pela História, está interessado na sua reintegração no território português, mesmo que essa solução possa não agradar aos respectivos habitantes.

Pelo lado oposto, quanto à região de Elvas, existem pessoas que consideram grande insensatez terem de pagar impostos a Portugal e serem apoiados por Badajoz quanto a maternidades e outros serviços de saúde, aquisição de combustíveis e outros produto de consumo e de equipamento, no mercado local. Se beneficiam de tais apoios em Espanha, fica gravemente afectado o sentimento de nacionalidade desta população raiana, principalmente quando os seu filhos e netos nascem além fronteira, sendo levada a considerar mais lógico e coerente pagar ali os seus impostos. É assim difícil de digerir esta contradição entre a vontade do retorno de Olivença e, por outro lado, a entrega informal de Elvas e sua região a Espanha (Badajoz).

Embora todos estejamos integrados na EU, na verdade, nem todos estão verdadeiramente integrados na modernidade e na excelência dos serviços, devido a diferenças de eficácia e competência dos governantes, ao longo das últimas décadas.

Estava a magicar nestas reflexões quando deparei com as notícias referentes ao interesse da nossa juventude em aprender espanhol e em ir estudar para Salamanca e a Estremadura. O Diário de Notícias refere este fenómeno, e vai ao ponto de dizer que o ensino de espanhol triplica.

Segundo estas notícias, a procura do castelhano disparou nas escolas públicas do Alentejo e já atinge números considerados "surpreendentes" pelos próprios professores. No total, existem 2477 alunos a estudarem espanhol, repartidos por 280 turmas, quando em 2004 não iam além dos 786 estudantes e 48 turmas, segundo dados revelados pela Direcção Regional de Educação. Ou seja, o ensino de espanhol triplicou em dois anos.

O distrito de Portalegre lidera este ranking regional, funcionando 124 turmas frequentadas por 1191 alunos, contra os 867 do ano passado, sendo curioso que nas escolas do distrito de Beja é onde se regista o maior aumento. As 217 matrículas de 2005/2006 subiram para as 657 no corrente ano lectivo, estando a funcionar 43 turmas. Évora acompanha a tendência, tendo 629 alunos de castelhano, quando há um ano tinha 427.

Os antepassados devem a estar a dar voltas no túmulo. A linha que separa os dois países já foi tão forte que um dos mais famosos combatentes da independência nacional, Nuno Álvares Pereira, orgulhava-se de andar por aquelas bandas com o título de "fronteiro--mor". E, do outro lado, uma das regiões que confinam com o nosso Alentejo tem por nome Extremadura, que quer dizer isso mesmo, fronteira, coisa que afasta, não junta. Também Deuladeu Martins. João Pinto Ribeiro e os conjurados de 1640, João I e Nuno Álvares Pereira, Salazar e o eu ponderado distanciamento da Guerra Civil de Espanha como é historiado por Iva Delgado filha do general sem medo, são factos históricos atirados para o esquecimento, perante estas alterações de sentimentos e comportamentos. Hoje não é necessária Aljubarrota ou Atoleiros, pois os objectivos têm estado a ser conquistados sem violência e com o desinteresse de muitos. Que dizer do nosso ministro que se confessa iberista? E do ministro da Saúde que manda as alentejanas parir em Badajoz?

A sociedade está totalmente alterada e não são poucos os garotos de 12 e 13 anos que disseram ao DN que planificam os seus estudos tendo em conta que há Lisboa e Coimbra, mas também as universidades da Extremadura e de Salamanca. E, aliás, acham que estas lhes irão dar mais jeito.

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domingo, 18 de março de 2007

ENSINO PROFISSIONAL OU TECNICO!

Transcrição de post de igual título de Aqui Algodres

E mais que sabido, que nem toda a gente tem vontade nem capacidade para o ensino universitário, também esta mais que provado, que o ensino que presentemente se pratica nas escolas secundarias, esta vocacionado para todos quantos querem um curso universitário e, a todos quantos não o seguem, não lhes da praticamente formação profissional nenhuma.

Ora devido a muito mas decisões dos vários governos a seguir a revolução, uma grande parte dos licenciados dos politécnicos e universidades, saem deles sem um curso que lhes garanta um trabalho, (não emprego que isso e outra coisa) e acabam por desempenhar profissões, que não só não tem nada que ver com o curso que tiraram, como não auferem nelas salários compatíveis com os anos que passaram a estudar.

E por isso urgente investir noutros tipos de ensino, e nem e necessário "inventar a roda". Um desses diferentes ensinos e um já com provas mais que dadas, e é aquele que presentemente se pratica nas escolas profissionais, herdeiras daquele ensino que os da minha geração conheceram, praticado nas saudosas "Escolas Técnicas", mais tarde transformadas em "Comerciais e Industriais"!

Não e necessário irmos a outras regiões, para nos dar-mos conta da falta de profissionais em varias áreas: Pedreiros, canteiros, carpinteiros, marceneiros, electricistas, canalizadores, técnicos de frio e, isto para só me referir a área da construção. Hoje infelizmente as novas gerações, já nem sequer sabem nada, de horticultura, floricultura, fruticultura ou jardinagem!

Todas estas áreas que referi, mas poderia lembrar muitas mais, são rentáveis se os jovens que não tem vontade de seguir cursos universitários, as aprenderem, e se dedicarem a trabalhar nestas profissões formando pequenas empresas familiares.

Muitos dir-me-ão, que na área da construção por exemplo, já existem muitas empresas e algumas delas até sem trabalho, mas eu sei e, todos quantos necessitam de um profissional para pequenas reparações sabem muito bem; que quando procuramos um destes profissionais, temos que pedir por favor e mesmo assim poucos são os que se encontram e, quando se encontram vem tarde e a mas horas!

Quando eu vejo um problema normalmente encontro uma ou mais soluções, que poderão ser ou não boas, mas a falta de melhores ideias vejo algumas potencialidades e podem e devem ser exploradas, se quem governa os municípios quiser criar um verdadeiro desenvolvimento sustentável, para esta região desertificada de gente e de ideias.

Infelizmente ou não, este ano escolar já não abriu o Seminário de S. José em Fornos de Algodres, pelas razões mais que sabidas e, da forma em como vão as coisas nunca mais abrira, não só por falta de vocações mas porque a igreja delineou outro modelo de formação sacerdotal.

Então se temos este belo edifício educacional praticamente devoluto, por não criar nele e na quinta que o circunda, uma Escola Profissional ou ate uma extensão de outra já existente, como a de Trancoso nossa vizinha por exemplo?!

O governo tem-se fartado de apregoar, que as novas verbas do "QREN" ou lá como se diz, vão ser aplicadas em projectos de formação e que envolvam cooperação intermunicipal, então que estamos a espera para por a andar projectos que criam formação e trabalhos, para que as novas gerações não tenham que continuar a sina, que desde ha tempo demais tem sido a da gente da nossa Beira esquecida.

Vi um dia destes, uma reportagem sobre uma escola profissional criada no Minho entre os municípios de Amares, Terras do Bouro e Vila Verde, que rico exemplo de cooperação e sem guerrinhas intestinas. E com união entre vizinhos a tantos anos de costas voltadas, que se resolvem os problemas e não com projectos por vezes megalómanos ou missões de duvidosos resultados.

Provavelmente vão dizer-me que a Igreja Católica não está interessada em ceder o seminário, mas eu estou convicto de que se forem acautelados os seus interesses e se lhe for apresentado um projecto credível, a Igreja presentemente já se encontra com uma outra abertura! Não custa nada tentar não e?
por Al Cardoso

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MAIS UMA FALHA GRAVE NA «SAÚDE»

Artigo do Jornal de Notícias de 070318 que coloca em evidência a falta de competência, de sensatez e rigor com que as reformas no sistema de Saúde têm sido levadas a cabo. É preocupante a forma deficiente como o ministro está assessorado. Como é que ele mantém a equipa que está a afundar o seu bom nome e reputação?

Regulador diz que transporte de doentes está sem controlo
Virgínia Alves

Transporte de doentes tem várias falhas no terreno, alerta a ERS

Com a discussão da reorganização do serviço das urgências em todo o país ainda a abrir polémica, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu ontem uma recomendação ao Governo relativa ao transporte de doentes, um dos pontos que será o pilar dessa restruturação. A ERS alerta para a necessidade de fazer uma revisão da legislação, por forma a clarificar e simplificar o sector, que revela várias falhas. As mais preocupantes são ao nível da ausência de controlo do sistema e da má distribuição dos meios.

As recomendações surgem após uma avaliação do transporte terrestre de doentes pela ERS, depois de contactar com as entidades ligadas ao sector, o INEM, a Liga de Bombeiros Portugueses, a Cruz Vermelha (CVP) e a Associação dos Transportes de Doentes em Ambulância, e apontam várias ineficiências, tendo em conta que o total da despesa nacional em 2005 no transporte de doente terá rondado os 135 milhões de euros, dos quais 53% é originada nos centros do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Bombeiros em monopólio

A avaliação identificou um sector dividido em dois tipos o de urgência, assegurado pelo INEM, Bombeiros e Cruz Vermelha; e o de urgência secundária, onde operam os bombeiros, a CVP, empresas privadas e táxis. O INEM é simultaneamente prestador e coordenador, mas "não exerce qualquer poder inspectivo externo, não exercendo sequer um controlo efectivo pela via do licenciamento", uma vez que o regime actual "isenta de alvará os bombeiros e a CVP", alerta o estudo.

Por outro lado, refere o mesmo documento, os bombeiros têm um papel central no transporte urgente, através dos Postos de Emergência Médica, onde estão ambulâncias do INEM, conduzidas por bombeiros.

O estudo destaca ainda que em "2005, 81% das activações do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) resultaram em pagamento de serviços aos bombeiros, enquanto 16% foram cobertas pelo próprio INEM".

A distribuição territorial dos meios também não é equilibrada, estando localizados sobretudo "nos grandes centros urbanos, mas os rácios de prestadores por habitante são superiores no interior", onde o peso dos bombeiros é mais acentuado.

Sublinha mesmo que "o serviço de transporte de doentes corresponde a cerca de 90% da actividade dos bombeiros".

Os táxis são também um meio de transporte de doentes, especialmente os hemodialisados, que representam a maior parcela (cerca de 80%). Nestes casos, das deslocações em táxis, a ERS identifica outra falha do sistema "O seu enquadramento legal é pouco claro".

Pagamentos "à la carte"

O transporte urgente é pago pelo SNS por cada saída de ambulância, variando em função da distância percorrida e dos elementos da tripulação. Já os táxis, são pagos ao quilómetro.

De acordo com as estimativas feitas pela ERS, a prestação de serviços de transporte de doentes não urgentes ao SNS "seria pouco rentável para empresas privadas", sem facturações adicionais. Quanto aos táxis, entende que "só no caso de transporte de grupos é que se compreende a utilização deste serviço, uma vez que o preço por quilómetro pago às ambulâncias é inferior ao dos táxis".

O estudo aponta ainda que "o transporte urgente está vedado a operadores que não sejam o INEM, os bombeiros e a CVP, uma vez que o INEM não celebra acordos com quaisquer outros prestadores". Para além disso, sublinha o documento, o sistema actual "pode dificultar o acesso", pelo papel destas entidades "na formação de técnicos de ambulância de socorro e na aprovação dos programas e cursos de técnico de ambulância de transporte".

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Governo salta da esquerda para a direita

Transcrição de artigo de Savonarola, muito interessante, mas que causa um espanto justificado na mente das pessoas mais interessadas no decorrer da causa pública. Como é que isto acontece apesar de tantos e tão bem pagos assessores que quase já não cabem nos gabinetes ministeriais! É certo que eles são nomeados apenas pela confiança política , cor partidária e laços familiares e de amizade com os líderes, mas não lhes ficaria mal um pouco de competência para disfarçar!!! e para desempenhar as funções que cabem ao Estado (principalmente sendo este socialista) e para evitar erros que obriguem os ministros a recuarem frequentemente nas suas decisões por estas serem desadequadas!!!
Agradeço ao Savonarola a elaboração deste texto

A metamorfose política assustadora


Cada vez mais assisto a uma metamorfose política assustadora do governo que nos coube em triste sorte. Como anarquista, tenho assumido uma acção de denúncia dos erros e abusos do poder. É por esse motivo que venho novamente denunciar outra facada cometida por este governo aos interesses do cidadão, que de socialista só tem o nome. Sugiro que leiam esta notícia que publiquei no Contracorrente a propósito desta nova traição.

O governo vai encarregar entidades privadas de fundos de pensões de gerirem dez por cento – 600 milhões de euros – do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Isto significa que, pura e simplesmente, o Estado abdica de parte das suas responsabilidades. Por outro lado, também sugere subliminarmente que o próprio Estado reconhece a sua incompetência para gerir a coisa pública. Nesse caso, para que serve? Porque é que dispõe de funcionários, muitos deles competentes e subaproveitados? Outros, até, despedidos.

Numa atitude que me parece semelhante à de “salvar a face” - não nos esqueçamos que o governo se imagina socialista – o secretário de Estado da Segurança Social, o Pedro Marques (confesso que não o conhecia, senão da foto que publico, onde ele está à direita, em ponto pequeno...), disse que a gestão dos 600 milhões de euros de reservas públicas será através de concursos com “regras rigorosas”. Naturalmente, não ignoramos a natureza destes concursos. Sem regras, nem rigor. No entanto, o que considero ainda mais grave nesta decisão é a entrega a empresas privadas, de cariz capitalista, do dinheiro dos cidadãos. É esta a metamorfose deste governo, de que falei no início. Metamorfose de socialista em neoliberal.

(Originalmente publicado em O Anarquista, a 13 de Março de 2007)
Savonarola

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sábado, 17 de março de 2007

MAUS GOVERNANTES AO SABOR DE MANIFESTAÇÔES

Ultimamente vários ministros têm «recuado» em decisões anteriormente tomadas com arrogância e autoritarismo, pouco compreensíveis em Democracia, em que seria de esperar que elas tivessem sido preparadas em diálogo com todos os interessados, nomeadamente os parceiros políticos e sociais. Há técnicas consagradas para o estudo dos problemas, das possíveis modalidades de solução, da comparação destas e da escolha da melhor, antes de a decisão ser tomada e difundida.

Mas, infelizmente, não existe um curso de formação para governantes e os assessores de que se rodeiam abundantemente, em vez de serem dotados de conhecimentos técnicos e larga experiência, primam pela confiança política familiaridade com o clã dominante, o que acaba por se traduzir na má imagem do governante que por eles devia ser apoiado.

Não é preciso fazer uma pesquisa exaustiva, para apoiar esta sensação: basta citar os avanços e recuos do ministro da Saúde, quanto a maternidades, urgências, centros de saúde, hospitais, etc, da ministra da Educação, acerca da TLEBS, do inquérito sobre intimidades dos pais, , e agora, do ministro dos Negócios Estrangeiros com os fechos ou não de consulados e, pra remediar, a ideia ainda aérea sobra os postos consulares virtuais.

Se as decisões erradas e as arremetidas arrogantes chocam os eleitores, é ainda mais preocupante verificar que os recuos se devem ao efeito da opinião pública e principalmente das manifestações de rua. Recuar quando se erra é uma virtude, um acto de contrição que não desmerece de quem a ele se presta com humildade e firme propósito de se emendar e não voltar a errar. Mas os erros tão ostensivos, praticados com tanta certeza de estar dentro da «verdade», tanta arrogância autoritária são degradantes para a imagem dos seus autores e do governo em que se inserem, que não tem a coragem e o espírito de disciplina, de justiça e de dedicação à causa nacional para os substituir de imediato. Isto vem dar razão à tese do Estado exíguo a que se refere o artigo seguinte, publicado em Securitas



PANO DE FUNDO

“O mundo é um moinho” (Cartola).
“A incerteza continua sendo a palavra-chave do momento” (Ramonet).

Numa visão facilmente apodada de pessimista, e recordando o conceito, Portugal está a caminho de ser, ou já é (?), um “Estado Exíguo”, que “não tem recursos suficientes para prover os meios necessários ao desempenho das funções mínimas que se exigem para a sua soberania, nomeadamente na Defesa e Segurança”.

Os fins clássicos do Estado são garantir a Segurança, a Justiça e o Bem-estar.
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POLÍCIA ÚNICA ?

Encontrei um artigo muito interessante, intitulado PROSCÉNIO, com comentários merecedores de reflexão, no blogue Securitas. A vida do País não está tão simplificada como muitas vezes nos querem convencer e as soluções não são tão bem intencionadas como seria desejável. Tem sido frequente os ministros avançarem com soluções diabólicas, impensadas, loucas que depois, perante as manifestações populares, se vêm na necessidade de recuar. Nestes avanços insensatos e recuos perdem-se muitos recursos, aumenta-se o défice, e perde-se tempo para a aplicação de verdadeiras soluções. E o tempo é um recurso irrecuperável. É urgente que o povo reflicta seriamente nos verdadeiros interesses de Portugal e não se deixe engodar com futebóis, referendos de solução imposta pelo Poder, de telenovelas e de outras manobras de diversão. Não esquecer que , em Democracia, o Povo é quem mais ordena.
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sexta-feira, 16 de março de 2007

MILITARES. CIDADÃOS OU ESCRAVOS?

Por ter interesse para os militares que visitam estas páginas e os civis que se interessam pelos assuntos castrenses, transcreve-se aqui o início do artigo publicado no blogue Voz Surda, cujos comentários contêm um debate muito interessante, em que é estranho o anonimato com que se esconde o defensor da posição do Governo e dos generais

DITADURA MILITAR

Um sargento da Marinha iniciou esta quarta-feira uma pena de detenção de cinco dias, por ter participado num protesto contra os cortes orçamentais na Defesa. O advogado da Associação Nacional de Sargentos, Fernando Freire, afirmou que vai recorrer da decisão. Segundo a nota de culpa, o sargento é acusado de ter violado os deveres militares por ter participado, fardado, numa manifestação “atentatória da disciplina militar”.

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