terça-feira, 10 de março de 2009

Felicidade sem rotina

A felicidade é algo mal definido, desejado por todos, que se presta a reflexões de profundidade variada e raramente conclusivas. Mas não é ocioso olhar para os estímulos que contribuam para criar esse sentimento de paz e harmonia interna e pessoal.

Em qualquer actividade é indispensável parar por breves instantes ou criar um intervalo suficiente para fugir à rotina, pensar na racionalidade daquilo que está a ser feito e procurar respostas concretas às perguntas: O quê? Para quê? Porquê? Como? Onde?

A rotina enfraquece a actividade cerebral, afasta o espírito do controlo do corpo, das mãos e dos pés, etc. É preciso analisar o passado com os seus sucessos e fracassos, a fim de retirar lições para uma melhor gestão do presente e abrir pistas para o futuro, mas não devemos ficar agarrados ao que já não tem interesse vital para as decisões a tomar hoje, nem continuar a festejar os êxitos nem prolongar o sofrimento dos erros cometidos. O passado passou e já não merece muita atenção a não ser as lições aprendidas que contribuam para obter sucesso ou evitar fracassos..

Temos que ser felizes e acertar hoje, agora. Não somos felizes com aquilo que sonhámos mas não alcançámos, não somos felizes com aquilo que não temos. A felicidade depende apenas daquilo de que agora dispomos, mesmo que seja pouco, mesmo que seja apenas o sol, a paisagem, as flores... Se não formos capazes de sentir prazer com aquilo que temos à nossa volta, à nossa vista, ao nosso alcance, à nossa disposição, então não somos felizes. Mas podemos sempre potenciar os factores de bem-estar, utilizando melhor os recursos de que dispomos. A felicidae na rotina, na apatia, na concordância incondicional com tudo o que nos impingem é uma atitude de patetas. O cérebro e os sentimentos positivos devem sem mobilizados para a verdadeira felicidade, a que resulta do sucesso depois de serem assumidos alguns riscos calculados.

A felicidade não depende do exterior mas da nossa forma de ver e sentir, de nós próprios. Há pobres que vivem alegres e satisfeitos com o pouco que têm, mas há ricos a quem nada falta mas que nunca se sentem felizes, porque lá por dentro não estão satisfeitos com a vida, querendo aquilo que não têm e por que anseiam. Não quer isto dizer que devamos cristalizar naquilo que somos e temos, pois um pouco de ambição ajuda a melhorar a vida, a ambição de ser melhor, mais generoso, mais humano, mais perfeito, mais comunicativo, mais colaborante, mais produtivo, etc.

Recordemos a história do sultão, doente sem ninguém atinar com a cura do seu mal. Um curandeiro de fama internacional aconselhou-o a vestir a camisa ainda quente de homem que seja feliz. Os servidores foram à procura de um tal homem. Depois de muitos dias de caminhadas, em vão, por montes e vales, ouviram um camponês longe cantar que era feliz. Pensaram ter encontrado o remédio que procuravam, dirigiram-se para o local de onde vinha o canto e acabaram por encontrar um cavador sem camisa. Não havia solução. A felicidade não precisa de camisa, nem de riqueza nem de valores materiais.

Sem nunca nos considerarmos vencidos pelos fracassos, temos de continuar a luta pelo êxito, realçando a importância dos valores, de um sistema de verdadeiros Valores.

1 comentário:

A. João Soares disse...

Uma tirada irónica, mas que não deve andar muito longe da realidade, pelo menos em pensamentos dos artistas citados.
Abraço
João Soares